Olá Marília de Muriae!

Na pergunta já esta praticamente a resposta. O evangelho não coloca nem o nome da mulher e nem a cidade de origem. Entretanto como o poço de Jacó esta na cidade de Sicar, pode-se imaginar ou concluir que a mulher Samaritana seja da cidade de Sicar, na Samaria. O evangelista João tem outra preocupação, ele quer derrubar um preconceito existente na época de Jesus. João quer mostrar para a comunidade que ele escreve o evangelho que neste episódio do encontro de Jesus com a samaritana estava sendo derrubados vários preconceitos. Vejamos:

Este encontro de Jesus com a mulher samaritana pode ser entendido como a vitória do evangelho de Jesus sobre os preconceitos sócio-culturais. A separação e o ódio entre Samaritanos e Judeus é muito antiga. Os judeus e samaritanos não se entendiam desde os tempos de Oséias, o último rei de Israel.

Também existem outros preconceitos ligados com a mulher samaritana. Esta mulher é descriminada por ser mulher. É descriminada mais ainda por ser prostituta, nem o nome é revelado, na conversa entre Jesus e a samaritana aparece esta cena, ela teve cinco maridos.

Outro ponto a ser considerado, é este o episódio de Jesus com a samaritana é considerado uma espécie de Parábola. Digo espécie porque não é próprio de João escrever em Parábolas (próprio da cultura judaica) ele escreve para os gentios .Este episódio do evangelho só aparece em João, e por ser uma espécie de Parábola as pessoas lugares passam a ser entendido como representações.

A mulher samaritana: representa todas as mulheres de seu tempo que são descriminadas, representa as mulheres de um povo o samaritano que também é descriminado. Ela é uma prostituta teve vários maridos sendo mal vista pelas outras mulheres. Assim a mulher samaritana, não tem nome e nem localidade determinada.

O simples fato de Jesus tomar o caminho das montanhas pela Samaria para voltar a Galiléia com seus discípulos e pedir água à uma mulher samaritana, Jesus estava derrubando barreiras centenárias de discriminação racial.

Este gesto de misericórdia de Jesus transpôs as barreiras do ódio nacionalista presente nos homem e mulheres da raça judaica do seu tempo e não encontramos somente aqui em João 4, mas também em outros evangelhos como em (Lc 9,54-55; 17,11-19); e na parábola do Bom Samaritano (Lc 10.25-37).

Conhecendo a tradição discriminatória, a mulher samaritana ficou perplexa com o pedido de água de Jesus. A cultura Judaica no tempo do Novo Testamento apresentava uma desigualdade enorme entre homem e mulher. Desde os tempos bíblicos (e em muitos países orientais de hoje) que os homens não conversavam com mulheres em vias ou locais públicos, embora elas sejam esposas. Imaginemos que existam preconceitos entre um judeu e um samaritano muito mais entre um judeu e uma samaritana de vida imoral!

Mesmo que ignorasse o modo de vida da samaritana, os judeus sempre julgava-as em perpetua contaminação. Um judeu preferia morrer de sede a tomar água da mão de um samaritano, muito menos de uma mulher samaritana, sobretudo pecadora. Por isso toda a surpresa dos discípulos quando voltam com os alimentos comprados ao virem Jesus falando com a mulher (v27).

Penso que a resposta da pergunta já foi colocada, e deixaremos para outro momento a restante explicação deste belo episódio que o evangelista João nos apresenta.