Elizângela, Daniel fala contra o império grego em diversos textos do seu livro.

Em 2,40: Haverá ainda um quarto reino, forte como o ferro, como o ferro que reduz tudo a pó e tudo esmaga; como o ferro que tritura, este reduzirá a pó e triturará todos aqueles
Em 7,7: A seguir, ao contemplar essas visões noturnas, vi a quarta fera, terrível, espantosa, e extremeamente forte: com enormes dentes de ferro, comia, triturava e calçava aos pés o que restava. Muito diferetne das feras que a haviam precedido, tinha esta dez chifres. Enquanto considerava esses chifres, notei que surgia entre eles ainda outro chifre, pequeno, diante do qual foram arrancados três dos primeiros chifres pela raiz. E neste chifre havia olhos como olhos humanos, e uma boca que proferia palavras arrogantes.
Em 8,5: Eu considerava com atenção quando vi um bode que vinha do ocidente e havia percorrido a terra inteira (...) Ele aproximou-se do carneiro com dois chifres (...) e atirou-se contra ele no ardor de sua força. (...) Ele feriu o carneiro e quebrou-lhe ambos os chifres. E atirou-o por terra e o calcou aos pés, sem que ninguém pudesse livrar o carneiro de sua mão. Então o bode tornou-se muito poderoso. Mas, embora estivesse em pleno vigor, seu grande chifre se quebour e em lugar dele erguera-se 4 outros magníficos na direção dos quatro ventos do céu.
Em 11,3: Surgirá então um rei guerreiro, o qual dominará um vasto império e fará o que bem lhe aprouver. Logo, porém, que se tiver estabelecido, seu reino será destroçado e dividido entre os quatro ventos do céu, e não em proveito de sua descendência. E não será mais governado como ele o havia feito, porque seu reino será extirpado e entregue a outros, e não a seus descendentes.

Falando resumidamente, Daniel fala da grandeza do império de Alexandre (conquistou a Pérsia e o Egito) e também da forma como é dividido: quando ele morre, não será um filho a tomar o seu lugar, mas o império é dividido entre os seus generais, os diádocos, criando 3 diferentes dinastias: no Egito, na Macedônia e na Síria. A intenção principal de Daniel, porém, não é falar de Alexandre, do seu império, mas de um dos seus herderiso: os selêucidas.

O livro conhece essa dinastia e especialmente o rei Antíoco Epífanes. Embora seja um livro profético, aquilo que Daniel descreve são acontecimentos já ocorridos. Provavelmente foi escrito ainda durante o período de Antíoco Epífanes e antes da revolta dos macabeus, por volta de 165 antes de Cristo.

O objetivo principal do livro é dar esperança a um povo perseguido pela cultura helenística que ameaçava eliminar a religião dos judeus. Com esse objetivo, o autor anuncia um reino que será sem fim, o Reino de Deus, do Filho do Homem, a quem foi dado todo o poder (7,13-14).