Relativo à Passagem  do Apóstolo do Gentios, temos muitas informações no atos dos Apóstolos e algumas menções nos Escritos reconhecidos como Paulinos.  A ida de Paulo para Filipos deu-se, segundo os Atos do Apóstolos, depois de uma visão(At 16, 9-10). Isso aconteceu durante a chamada “Segunda viagem missionária”. Após o desagradável incidente com Barnabé(At 15, 36-37), Paulo partiu de Antioquia para visitar “os irmãos de todas as cidades onde havia anunciado a palavra do Senhor”(cf.At 15, 26). Ele atravessou, junto com Silas(cf.At 15,41), a Síria e a Cilícia – atual parte ocidental da Turquia - até Derbe e Lista onde encontraram Timóteo( At 16,1). Em seguida, os três, após tentarem, em vão, adentrar Bitínia (At 16,7), foram para a cidade costeira de Troâde (At 16, 8). Nesse lugar o apóstolo dos Gentios viu “um macedônio”(At 16, 9a) que lhe pedia sua ajuda. Esse fato, Paulo interpretou como um chamado de Deus para “anunciar-lhes a boa Nova”(At 16,10). Assim, de Troâde, por via marítima, Paulo foi Neapólis, atual Kavalla na Grécia, outra cidade portuária e a mais próxima do destino final, Filipos.

 

Filipos, Atual Filippoi na Grécia, foi o primeiro lugar, do que hoje conhecemos como Europa, em que o Evangelho foi anunciado, o primeiro nicho do “Cristianismo” no universo Europeu. Na época, essa cidade era uma colônia Romana de veteranos das Legiões desse Império.  As raízes históricas dessa Vilarejo, embora ela já fosse habitada, asseguram que em 358 a.C, Felipe II, rei da Macedônia, conquistou-a, fortificou-a e deu-lhe seu nome. Posteriormente, Filipos foi conquistada pelo Imperador Romano, Marco Antônio, tornando-se parte do Império. Por ela passava a maior rota de acesso do Império ao Oriente, a Via Ignátia o que fazia dessa cidade a um ponto de estratégico de parada para os viajastes. Em 31 a.C Otaviano, combateu e venceu Marco Antônio de quem tomou muitas de suas colônias, inclusive Filipos. Após a batalha, essa cidade, segundo o Especialista em Escritos Paulinos Jeronome O’conor, teve seu nome alterado para Colônia Iulia augusta phillip(i)ensis e passou a gozar de privilégio políticos, dentre eles, o Ius italicum.Entre outras coisas, esse direito Romano conferia a liberdade de compra e venda; a isenção de impostos provinciais e individuais e a proteção do Império Romano.

 

 Na época em que Paulo por essa região passou e mais tarde enviou uma ( ou três) carta, sua população era formada em grande parte por Romanos, tinha também, entre outros, alguns poucos Judeus, Siríacos e Gregos. O livro de Atos diz que em meio a essa população, Paulo procurou o “lugar de oração próximo” próximo ao rio( Cf.At 16,13), onde a comerciante de púrpura, temente a Deus, chamada Lídia, aderiu à sua pregação e hospedou-os em sua casa(At 16, 14-15). A estada nessa comunidade, segundo relata o mesmo livro, não durou muito tempo, pois Paulo e seus colaboradores, Timóteo e Silas, foram vítimas de calúnias e injúrias que resultaram na sua prisão(At 16, 24) e milagrosa libertação(At 16, 25-38). À prisão, Paulo faz alusão na carta aos Tessalonicenses(1Ts 2,2) e, segundo  Exegejta Giuseppe Barbaglio, na própria carta dirigida aos filipenses (Fl 1, 29-30)

 

A essa plural cidade do Império Romano, Paulo dirige-se para anunciar a Boa Nova (cf.At 16,10) aproximadamente entre os anos de 48 e 50 d.C. As razões que lhe levaram a ir a essa cidade e ignorar outras pelo caminho – Neápolis, por exemplo – são desconhecidas. Quase nenhum pesquisador bíblico arisca-se a afirmar uma razão plausível para que esse ato, exceto Hawthone, em Dicionário de Paulo, que afirma que era por causa da importância Política de Filipos – era Colônia Romana. A essa mesma comunidade, tempos depois, volvido de uma alegria incomum nos texto paulinos, o Apóstolo dos Gentios vai dirigir uma (ou três) carta, talvez, entre os anos de 57 e 59 d.C.