O que será que tem de especial em ser cristão? Qual o diferencial entre os discípulos de Jesus e Estóicos e Epicuristas e os judeus? Será que religião é tudo a mesma coisa?

Comecemos a nossa pesquisa observando os ideais de justiça e a relação entre os povos e os seus deuses anteriores a Jesus.Para um grupo de gregos denominados de Estóicos, o fim supremo, o único bem do homem, não é o prazer, a felicidade, mas a virtude; esta não é concebida como necessária a condição para alcançar a felicidade, e sim como sendo ela própria um bem imediato.

A apatia para com os problemas que o cercam é o ideal perseguido por eles. Em contrapartida o mal supremo era o vício em qualquer coisa que pudesse perturbar esta serenidade do sábio estóico. Não se preocupavam com as mazelas humanas. Para os Epicuristas, ao contrário, o bem era uma moral hedonista, tendo com seu ápice os bens sensíveis; o prazer pelo prazer, um viés completamente egoísta.   

A história do povo judeu tem início quando Deus diz a Abraão: Vá para a terra que eu vou te mostrar ... farei de ti uma grande nação ... e em ti serão benditas todas as famílias da terra" (Gênesis 12, 1-3). E mais tarde: "Seja íntegro e caminhe diante de Deus". O Deus de Israel é o mesmo Deus dos cristãos. Estes, porém, desde início dos tempo, quebraram constantemente as alianças que Deus fazia com eles por causa do pecado original de Adão e Eva. A economia da salvação foi rompida com a desobediência do casal primal em relação aos desígnios de Deus. Em sua suprema misericórdia, Deus faz outras alianças com o seu povo por intermédio de homens justos como: Noé, Abraão e Moisés.

O Gênesis mostra a criação do povo de Deus que iria tomar lugar em seu reino teocrático. Através dos tempos, Deus conduz seu povo através de suas promessas concretizadas por seus eleitos e posteriormente, por intermédio dos profetas. Quando o povo de Deus desobedecia, normalmente vinha um castigo como a dominação por povos estrangeiros.

 Apesar de todos os esforços de Deus, seu povo não mudava e suas leis se tornaram prisões existenciais que na maioria das vezes apenas os conduziam a um estado de distanciamento de Deus que chegou a limites extremos devido à dureza de suas mentes em perceber o sentido verdadeiro da Lei se tornaram cegos que conduzem cegos (Mt 15-14).

A infinita misericórdia divina mais uma vez tomou lugar e Deus preparou a última aliança com seus filhos. Através das profecias os judeus esperavam a vinda do Filho do homem encontrada no profeta Daniel e chamado de Messias pelos judeus que iria por fim aos sofrimentos destes. O título de Messias compreende três realidades: rei, sacerdote e profeta.

O Verbo Divino encarnado veio para salvar os judeus e depois todos os outros povos; mais os judeus não o reconheceram, o rejeitaram e o mataram. Na Liturgia das Horas no livro da Quaresma, na página 37 que é dos cânticos das Laudes, nos dias de semana começa assim: “Ó Cristo, sol de justiça, brilhai nas trevas da mente, com força e luz, reparai a criação novamente.” O que isto significa dentro de uma interpretação literal: Jesus é a luz do mundo!

Jesus inaugura algo que nunca ainda se tinha visto no meio daqueles povos; uma entrega total ao um novo tipo amor desconhecido pelos gregos: o ágape. Jesus é a personificação deste amor. Ele é o amor em plenitude e movimento. Jesus se preocupa com o seu próximo sem qualquer distinção de nada. Ele nos estimula através de seus exemplos a sermos santos e vivermos sob uma nova perspectiva.

Este é o nosso diferencial! Nós somos chamados a não sermos iguais! Em (Mt 5, 13-14):
13. “Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens. 14. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. ”

Nossa religião não é igual às outras; é muito superior tanto do ponto de vista teológico como filosófico e antropológico. Não temos o direito de esquecer deste fato!