As várias abordagens da Bíblia
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- 21/01/2011
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Não sou Padre nem Pastor, mas como Psicanalista uso muito os textos bíblicos em minhas sessões. Quando alguns pacientes sabem que tenho formação em teologia constantemente fazem a mim a pergunta de como se deve ler a bíblia de verdade.
Esta aparente inocente pergunta, traz em seu bojo vários problemas. Existe uma pergunta anterior a esta que primeiramente faço a eles: Qual é a tua visão das sagradas escrituras? O motivo de questioná-los antes de responder a pergunta a mim feita em primeiro momento é simples e darei alguns motivos:
a) Se a pessoa é fundamentalista ela pensa que cada palavra da Bíblia foi ipsi literis ditada por Deus ao escriba e são imutáveis e inquestionáveis;
b) Se o pessoa é dogmática ela ira aceitar que a tradição católica também tem uma parcela de importância na interpretação Bíblica;
c) Se for ateu, irá dizer que a Bíblia é apenas um livro como os outros que conta vária fábulas e que as Igrejas estão aí apenas para domar o povo a viverem como gado;
d) Se for um estudioso da Bíblia irá-me dizer que dependendo da linha de exegese adotada, a tradição javista não é preponderante a sacerdotal.
Tento passar a quem me pergunta que a sagrada escritura é um livro atualíssimo; que podemos encontrar nele várias respostas de nossa realidade atual. Pontuo que não se deve mais adotar a visão de que os métodos científicos de interpretação da Bíblia como o histórico-crítico e análise literária contribuem para o fortalecimento de nossa fé e não o contrário.
O Papa João Paulo II na Carta Apostólica Novo Millenio Ineunte, quando fala sobre o rosto de Jesus, afirma que os evangelhos não são uma biografia completa sobre o Filho de Deus. Não se deve mais fomentar uma leitura ingênua das sagradas escrituras. O mesmo Papa na encíclica Providentissimus Deus, afirma que se pode estudá-la aos olhos da ciência sem, contudo, esquecer da fé.
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