Essa deducação vem do estudo do estilo literário do livro confirmado igualmente por incongruências com a história, quando o livro vem inserido no contexto em que nasceu. O livro foi escrito poucos séculos antes de Cristo, quando a cidade de Nínive já não existia (destruída no ano 612 antes de Cristo). Outro detalhe histórico é o fato em si da conversão dos habitantes de Nínive, inclusive do rei. Os estudiosos conhecem muitos documentos desse reino, mas em nenhum deles existe menção a algo assim extraordinário. Além disso, é evidente o simbolismo dos "três dias" na barriga da baleia.

Para nós que convivemos com dinâmicas dos tempos da Bíblia tais como o contexto histórico e os diferentes estilos literários nela presentes, resulta bastante lógico ver na linda história contada por esse livrinho incluído entre os Profetas Menores como uma história inventada que transmite uma mensagem fundamental para o plano de salvação de Deus: a misericórdia divina e a abertura a todos os povos de sua mensagem.

Muitos pensam que o fato de Jesus ter mencionado Jonas em sua pregação confirme a historicidade do profeta. Sabemos bem que posso mencionar uma história edificante, cuja índole história não tem nenhum fundamento, para reforçar um meu pensamento. O mesmo se passou com Jesus, quando menciona Jonas.

Dizer que Jonas não é histórico não significa tirar o valor desse livro, mas simplesmente ressaltar a sua mensagem. Muitas outras passagens da Bíblia não tem caráter histórico, no sentido que estamos acostumados a entender - os primeiros capítulos da Bíblia, por Exemplo, mas são de importância fundamental para a mensagem divina e imprescindíveis no plano de revelação de Deus.