A história da fé que nasce no coração de dois discípulos, contada somente por Lucas (24,13-35), revela apenas o nome de um dos dois protagonistas. Apenas um dos dois discípulos tem o seu nome indicado por Lucas: (Κλεόπας, Kleópas(24,18). Não sabemos como se chama o outro discípulo. Cléopas (em português dito “Cléofas”) não aparece em nenhum outra passagem da Bíblia. Mas, em João 19,25 aparece uma “Maria mulher de Clopas” (Κλωπᾶς, Klopâs), Irmã da Mãe de Jesus. Na tradição cristã, um autor chamado Hegésipo, do segundo século, fala de um certo “Clopa”, que era irmão de José, esposo de Maria.

As pesquisas dizem que o nome Cléopas ou Clopa não eram muito comum no tempo de Cristo. Diante dessa consideração, muitos propõem identificar os três personagens mencionados acima: o discípulo de Emáus, o tio de Jesus e o irmão de José. Alguns inclusive chegam a hipotisar que o casal Maria, irmã de Nossa Senhora, e Cleópas, irmão de São José, seriam os pais dos assim ditos “irmãos de Jesus”, primos de Jesus.

Não sabemos se o outro discípulo era Maria de Cléopas, pois sobre o nome e identidade dele nada é dito. Uma hipótese pode derivar da conclusão da história contada por Lucas, onde se lê, em Lc 24,34: “È verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” Sabe-se que Simão era chamado “irmão/primo” di Jesus e poderia ser filho de Cléopas. E isso levou alguns, como Orígenes, a dizer que Simão era o nome do outro discípulo. Nesse caso, Jesus teria aparecido, depois da Ressurreição, ao tio e primo. Mas é uma hipótese que não encontra muitos defensores.