Dando prosseguimento às nossas reflexões sobre Gênesis 1-11, chegamos a um tema que nos traz uma série de interrogações. Nossa curiosidade é tanta que desejamos descobrir a causa da existência do bem e do mal no mundo, uma vez que ao criar o universo, Deus viu que tudo era bom. Se tudo era bom, porque as coisas mudaram? Porque a existência do mal contrastando com o bem? Vamos fazer um retrocesso na história da criação do mundo, para ver se conseguimos encontrar uma resposta às nossas inquietações.

Deus é bom. Criou-nos a sua imagem e semelhança e nos indicou o caminho do bem. Mas, a paz e a felicidade que existiam, no princípio, foram abafadas e perdidas quando o pecado entrou no mundo e na vida das pessoas. Criado à imagem e semelhança de Deus, o homem era bom, mas deixou-se levar pelas insinuações do maligno e se afastou do caminho da graça. Ele comeu do fruto proibido! Houve uma ruptura da criatura com o seu criador. Não sendo Deus, o homem carrega consigo a fragilidade do barro, do qual foi criado. Dotado de inteligência, mas levado pela ambição, ele pensa e descobre a desigualdade entre ele e o seu criador e tenta igualar-se a ele, na grandeza e no poder. A frustração sofrida fez com que, tendo deixado o paraíso da feliz relação com Deus, o homem agora vive as agruras da vida, tendo que lutar pela sua sobrevivência e no contínuo desejo de restaurar sua relação com o Criador (Gn 3;4,1-16).

O que entendemos por bem? O que entendemos por mal?
Quando Deus escolheu Israel como seu povo falou-lhe, por meio de Moisés, nestes termos: Escute, povo de Israel! O Senhor, e somente o Senhor, é o nosso Deus. Portanto, ame o Senhor, nosso Deus, com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças. Guarde sempre no coração as leis que eu lhes estou dando hoje (Dt 6,4-6ss). A recomendação de Moisés ao povo mostra que, se guardarmos no coração as leis dadas por Deus, nós as teremos presentes também no momento de praticarmos as boas ações.

No capítulo 3 do livro do Gênesis, lemos a história do conhecimento do bem e do mal. O bem é apresentado como obediência a Deus, sendo uma adesão voluntária da criatura, ao plano de Deus criador. O profeta Miquéias nos lembra as condições do bem, dizendo: O Senhor já nos mostrou o que é bom, ele já disse o que exige de nós. O que ele quer é que façamos o que é direito; que nos amemos uns aos outros com dedicação; que vivamos em humilde obediência ao nosso Deus (6,8).

Na verdade, a natureza humana é frágil, é sujeita às quedas e recaídas, mas pode contar com a graça que nos foi dada em abundância, com a vinda de Jesus ao mundo. E por que Jesus veio ao mundo? Porque o mal já havia plantado na terra as suas raízes. Ele veio para sanar esse mal e restaurar as relações. São Paulo, reconhecendo que é humano e fraco, diz: Mesmo tendo dentro de mim a vontade de fazer o bem, eu não consigo fazê-lo. Pois não faço o bem que quero, mas justamente o mal que não quero fazer é que eu faço. Mas, se faço o que não quero, já não sou eu quem faz isso, mas o pecado que vive em mim é que faz (Rm 7,14-25).

Deduzimos então, que o pecado é o grande mal do mundo. A Sagrada Escritura nos fala do seu surgimento quando narra a história do fruto proibido. O ser humano, o homem e a mulher, sentiram a própria fragilidade desde o início de sua história ao cederem às insinuações do mal. Expulsos do paraíso, de suas seguranças, eles sofreram as conseqüências do mal que praticaram e tornaram-se peregrinos na própria terra. Nós, seus descendentes, contraímos essa herança. O que nos sustenta agora é a graça que Jesus veio nos trazer.

Existem, porém, tantos outros males que nos atingem como: a tempestade, os furacões, os raios, a seca, as inundações, as erupções dos vulcões, os vendavais. Males que são próprios da natureza climática. Acontece, no entanto, que alguns deles podem ser provocados pelos humanos, assim como, a guerra, os homicídios, a injustiça transformando-se em pecados sociais, que continuam expulsando o ser humano do jardim das relações.

Depois de tantos séculos de existência, nosso planeta está sofrendo terríveis conseqüências. As invenções, que tanto favorecem a humanidade, estão causando hoje poluição e destruição. Basta olhar para a realidade brasileira quanto ao fato da Amazônia, tão necessária para a vida na terra. E qual é o tratamento que damos aos nossos rios? E o que dizer dos confrontos humanos que destroem vidas, derramando sangue inocente no chão de nossa pátria e ao redor do mundo? Quem expulsa quem?

Deus criou o universo na mais perfeita harmonia. Entregou-o aos humanos para que usufruíssem de seus bens, mas para que também cuidassem dele. Na verdade, existem tantas coisas boas, lindas, justas, agradáveis, necessárias, úteis que Deus criou para o bem da humanidade, para o conforto das pessoas e, sobretudo, para a maior glória dele. Tudo o que criou é um bem que devemos agradecer. O que não podemos deixar acontecer é que o mal se propague e destrua, não só vidas, mas também o universo. O mal deve ser evitado e destruído. O bem deve ser amado, praticado e abençoado.

O paraíso, o �?dem é todo o lugar ou situação relacional onde você pode viver em paz.

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Você já pensou, alguma vez, na necessidade urgente que temos de fazer algo, para evitar a destruição da natureza correndo o risco de �??sermos expulsos�?� dela?
O que é que você, cada um/a de nós podemos fazer, para a recuperação do equilíbrio da atmosfera no mundo e recuperar um bom relacionamento com Deus, o Senhor?

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