Infelizmente a Bíblia não diz nada sobre a morte de José, o pai putativo de Jesus. Ele aparece somente no assim chamado "evangelho da infância", isto é, naquelas seções de Mateus e Lucas que contam um pouco sobre o menino Jesus. José é aquela pessoa que faz a vontade de Deus de maneira muito prática, mas em silêncio: não diz nem sequer uma palavra nos Evangelhos. Se nada se encontra nos Evangelhos, é impossível saber como foi a sua morte. Podemos apenas deduzir que quando Jesus começou seu ministério, José já não vivia, pois enquanto sua esposa Maria é citadas diversas vezes citadas, ele não é mencionado.

 

Nos apócrifos

Para colmar a ausência de informações biográficas, surgiram muitas histórias que contam a vida de José. São narrações que aparecem nos livros apócrifos, aonde predomina a vontade de exaltar as figuras bíblicas, aproveitando a lacuna de informações historicamente comprováveis.

Um desses livros apócrifos se chama "A História de José, o Carpinteiro". Trata-se de um texto que aparceu ao menos 400 anos depois de Cristo e isso já basta para sublinhar quanto pouco confiável seja do ponto de vista histórico. De qualquer forma, é um texto que pretende transmitir como foram os últimos dias de José e, para simples curiosidade, divulgamos a síntese daquilo que nele se diz sobre seus últimos dias:

Quando atingiu a idade de cento e onze anos, sempre gozando de excelente saúde, de excelente visão e com todos os dentes, José não tinha de forma alguma enfraquecido em sua mente, mas sempre manteve seu vigor em seu trabalho. Quando a hora da morte se aproximava, ele foi avisado por um anjo e tendo ficado perturbado e cheio de medo, foi rezar no templo em Jerusalém. De volta a Nazaré, ficou acamado pela doença. À beira da morte, ele ficou inquieto, bateu palmas e reclamou alto, listando todos os sentidos do corpo e acusando-se de ter pecado com eles. Jesus o encontra profundamente angustiado e José se recomenda a ele. Maria também está presente; Jesus o consola, dizendo que a morte é para todos, inclusive para os dois. Jesus se senta aos pés da cama de José e aperta sua mão, brincando com moribundo que implora com seus olhos para não deixá-lo. Quando Maria percebe que os pés de José estão frios, ela chama os outros filhos e filhas de José para a sala e todos eles choram. Jesus afasta a morte e implora a Deus que envie os anjos Miguel e Gabriel. Eles aparecem imediatamente, levam a alma de José e a acompanham, cantando, para os braços de Deus. Jesus fecha os olhos e a boca de José, enquanto os outros rasgam suas roupas como sinal de tristeza. Há choro geral em Nazaré e na Galileia durante todo o dia até a nona hora. Então ungiram o corpo do defunto e Jesus pronunciou uma oração, após a qual uma grande multidão de anjos se aproximou, dois deles envolvendo o corpo em um manto branco; Jesus anunciou sua incorruptibilidade e prometeu, além disso, bem-estar e prosperidade nesta vida e salvação ao lado daqueles que fizeram uma boa ação em sua memória ou impuseram seu nome a um de seus filhos. José é então enterrado na tumba familiar.