1. O contraste entre Jesus e os seus adversários

Temos constatado, a partir do estudo da relação entre Jesus e os personagens na perícope em questão (4,16-30), que o Espírito Santo está sobre ele. Contudo, no início de seu ministério público Jesus não está acompanhado por nenhuma outra pessoa. Com efeito, ele chama os seus primeiros discípulos somente depois (5,1-11) . Entretanto, mesmo não sendo acompanhado ainda por eles, Jesus atrai a atenção do povo que estava presente na sinagoga de Nazaré e os mesmos, num primeiro momento, dão testemunho a respeito dele e se admiram de suas palavras (4,22). No entanto, em um segundo momento, quando Jesus convoca-os a uma mudança de mentalidade (vv.24-27), todos se rebelam contra ele (vv.28-29). Contudo, vimos até aqui que o povo não toma a decisão de rebelar-se contra Jesus sozinho, mas é seduzido pelos seus adversários a condená-lo à morte, fazendo-o comparecer diante do Sinédrio e depois diante do poder imperial (cf. 23,1). Tanto é que no final o povo se arrepende (23,48).
A partir de agora passaremos a verificar o contraste existente entre Jesus e os seus adversários: escribas, fariseus, chefes dos sacerdotes, anciãos do povo etc. Contraste este que é manifestado entre ele e os líderes religiosos de sua época, o qual é instaurado no final de nossa perícope (4,28-29). Em primeiro lugar eles rejeitam o ensinamento de Jesus que os convoca a uma adesão total a ele. Uma vez que Jesus não se dispõe a favorecê-los somente porque crêem nele e são seus descendentes, os mesmos reagem, também, provocando controvérsias e conflitos em relação à autoridade com a qual ele coloca em prática o que tem ensinado.
A partir do exposto nos deteremos somente aos momentos em que os líderes religiosos vão se unindo, procurando condenar Jesus à morte. Com isto, nossa meta consiste em verificar como o contraste entre Jesus e seus adversários não está presente apenas em nossa perícope, mas, sim, também ao longo do Evangelho. O que nos faz constatar que a mesma apresenta um programa de como será tal contraste na realização de sua missão ao longo do mesmo . Para tanto, nos restringiremos a examinar os seguintes textos: 4,28-29; 5,21.30; 11,14-15; 13,14.17; 19,47-48; 20,19. Nestes textos verificaremos quando o contraste entre Jesus e os seus adversários ocorre de modo particular: (a) em ensinando (4,28-29; 19,47-48; 20,19); (b) em realizando sua missão (5,21.30; 11,14-15; 13,14.17).

3.1 Ao realizar seu ensinamento
Em se tratando de ensinamento o contraste entre Jesus e seus adversários é evidente na perícope em questão. Se num primeiro momento eles o acolhem (4,22) e querem os benefícios que ele veio trazer (v.23), num segundo, quando Jesus os convoca a não buscar favoritismos (vv.24-27) o contraste se faz presente (vv.28-29). De agora em diante, passaremos a verificar como esse contraste é instaurado, a partir do momento em que Jesus os convoca a uma adesão total a ele e os mesmos se indispõem a mudar de mentalidade.
3.1.1 A indisposição em crer de modo autêntico em Nazaré (4,28-29)
Jesus percebe que os seus querem ser beneficiados e tratados com exclusividade (v.23), somente porque se encontravam diante de um deles (v.22c). Então, ele retoma os exemplos de Elias e Eliseu para demonstrar-lhes que sem uma fé autêntica isso não será possível (vv.24-27) . Com isto, Jesus os faz perceber que não basta a disposição em crer nele e nem mesmo o fato de tê-lo como um descendente deles, para que recebam os benefícios que veio trazer. Por assim ser, todos se enfurecem contra ele, pois além de não serem privilegiados e tratados com exclusividade, os pagãos também serão os destinatários da mensagem salvífica (4,28) .
Deste modo, os seus se transformam em seus adversários e, repletos de ciúmes em relação aos pagãos que serão incluídos entre os membros do povo de Deus, provocam um atentado contra a vida de Jesus (4,29; cf. At 17,5). A passagem de Jesus no meio deles e a sua atitude em prosseguir caminho indica que, por causa da falta de mudança de mentalidade, a mensagem salvífica será endereçada a outros povos (4,30) .

3.1.2 A indisposição em crer de modo autêntico no Templo (19,47-48)
Jesus anteriormente tinha ido à cidade de Nazaré e entrado, conforme seu costume no lugar de culto (sinagoga, cf. 4,16a). Do mesmo modo, depois de ter ido à Jerusalém, ele entra no lugar sagrado por excelência do povo de Israel (Templo, cf. 19,45), onde ensina diariamente (v.47). Estabelece-se então uma relação entre cidades (Nazaré/Jerusalém) e lugares de culto (sinagoga/Templo). Existe apenas uma diferença. Entrando na sinagoga da cidade onde fora criado Jesus não purifica a mesma mas, sim, se levanta imediatamente para dar início ao seu ensinamento (4,16c). Contudo, antes de começar a ensinar no Templo, ele precisa primeiro purificá-lo, expulsando aqueles que contaminavam sua área (19,45-46) .
Deste modo, Jesus exerce duas atividades no Templo de Jerusalém. Primeiro purifica o lugar sagrado e depois começa a ensinar . Estas duas ações provocam a reação tanto dos líderes religiosos de seu tempo quanto do povo. Por um lado, os adversários de Jesus, indispostos a mudar de mentalidade, reagem querendo fazê-lo perecer, porque além de expulsar os vendedores do Templo (19,45-46), ele também ensina diariamente ali (vv.47-48). Assim sendo, além de condenar os líderes religiosos de seu tempo por terem permitido que a sua Casa se tornasse um covil de vendedores (9,46), Jesus também lhes provoca a ira porque ensinava diariamente no lugar sagrado, e com isto tomava o lugar deles (19,47). E o pior de tudo é que com seu ensinamento ele os convoca a uma mudança de atitude (19,46; cf. 4,24-27). E o que impede momentaneamente a reação deles em querer colocar um fim na vida de Jesus (19,47-48; cf. 4,28-29) é justamente uma outra reação, a saber, a do povo (19,48). No fundo, eles não temem Jesus, mas o povo que se dispõe a acreditar nele, ouvindo-o de modo enlevado . Fato que comprova a autoridade messiânica com a qual ele exercia seu ensinamento, bem como a acolhida do povo. E o medo de seus adversários lhe será um suporte momentâneo (Lc 20,6.19.45; 22,2).
Se em 4,28-29 todos se revoltam contra Jesus, expulsam-no da cidade e querem matá-lo (cf. At 21,30), em 19,47 somente os chefes dos sacerdotes e os escribas, bem como os chefes do povo, começam a preparar a rebelião contra ele.
Em um outro contexto, os adversários de Jesus também ficam espantados depois de interrogá-lo sobre o tributo a César e obter a resposta correta (20,26b). Isto porque antes eles já tinham decidido persegui-lo (6,11; 11,53-54; 20,26a; cf. 4,28-29).

3.1.3 A rejeição a Jesus (20,19)
Estamos diante do contexto da parábola dos vinhateiros homicidas (20,9-19) , a qual faz parte da quinta parte do Evangelho de Lucas (19,28�??21,38) que trata da subida de Jesus para Jerusalém. No contexto anterior (20,1-8), enquanto ele estava ensinando o povo no Templo, os escribas e fariseus se aproximaram para questionar a respeito da natureza e origem da autoridade com a qual ele realiza suas ações (cf. At 4,5-7) . Depois de deixar a questão em aberto (20,8), Jesus narra ao povo a parábola dos vinhateiros homicidas onde responde a questão colocada pelos seus adversários sobre sua autoridade e identidade .
Uma vez que já tratamos da referida perícope (20,9-19) quando abordamos sobre a identidade de Jesus, vamos retomar agora apenas alguns pontos importantes para nos situar no contexto, procurando desta vez acentuar o contrataste entre ele e seus adversários.
A presente perícope revela a rejeição a Jesus, o Filho amado de Deus . Nesta passagem, o verbo «rejeitar» ocorre pela terceira vez no Evangelho de Lucas . Quem conta a parábola é o próprio Jesus. O destinatário de seu ensinamento por meio da referida parábola é o povo. Mas isto não quer dizer que outras pessoas não faziam parte de seu auditório. Trata-se dos seus adversários, escribas e chefes dos sacerdotes, que já se faziam presentes no contexto anterior (20,1) e se manifestam no final do presente contexto (20,19) .
O proprietário da vinha é Deus. Depois de plantar uma vinha, ele a arrenda a vinhateiros e parte em viagem para o estrangeiro, por muito tempo (20,9). Após mandar muitos servos pedir aos vinhateiros frutos de conversão, os mesmos os matam. Sua última alternativa consistiu em mandar seu «Filho amado» (cf. 3,22) na esperança de que fosse poupado (v.13).
No entanto, os vinhateiros homicidas decepcionam o proprietário da vinha e, percebendo que se tratava do herdeiro, querendo ficar com a herança (20,14; cf. 4,22c; 20,41), o lançam fora da vinha e o matam (20,15). Aqui se percebe uma ligação do presente texto (20,9-19), com a perícope em questão (4,16-30). Se nesta parábola os vinhateiros homicidas querem matar o Filho amado de Deus para tomar posse da herança (20,14), no final da visita de Jesus aos seus em Nazaré, os seus se transformam em adversários e querem matá-lo (4,29). O motivo é porque invés de beneficiar-lhes e tratar-lhes com exclusividade , ele os convoca à uma fé autêntica. E se nesta parábola os adversários de Jesus o expulsam da vinha e o matam (20,15), no final da visita de Jesus aos seus na sinagoga da cidade onde fora criado, eles o expulsam da cidade, provocam um atentado contra a sua vida (4,29) . Por fim, neste contexto a morte de Jesus faz com que a vinha seja arrendada a outros (20,16; cf. 4,25-27) . Já na perícope em questão, Jesus passa com autoridade por meio dos seus adversários, como sinal de que a mensagem salvífica terá como destinatários outros povos (4,30).
A partir do exposto passaremos a abordar sobre o contraste entre Jesus e seus adversários na perícope em questão, o qual se faz presente no final da mesma: «então, nesse momento, os escribas e os chefes dos sacerdotes procuraram lançar a mão sobre Jesus. Mas ficaram com medo do povo. Eles tinham entendido muito bem que Jesus havia contado essa parábola contra eles» (20,19).
Na presente parábola (20,9-19), os vinhateiros homicidas matam o Filho amado de Deus (v.15). Depois que Jesus termina de narrá-la, seus adversários querem lançar a mão sobre ele (20,19a; cf. 4,29) . O motivo é porque perceberam que a mesma fora contada para eles, onde aparecem como protagonistas principais que, indispostos a uma mudança de mentalidade ao quererem se apossar da herança, expulsam o Filho amado de Deus da vinha e o matam (20,19c; cf. 4,28-29). O único motivo que os impede de lançar a mão sobre Jesus e prendê-lo é o povo (v.19d). Com efeito, Grasso afirma que «a única hesitação da intenção homicida deles é o medo do povo» . No fundo, os adversários de Jesus sentem medo do povo que estava presente e que ouvia seu ensinamento (20,9; cf. 19,47-48; 20,45) .
Até aqui temos verificado o contraste entre Jesus e seus adversários diante do seu ensinamento (4,28-29; 19,47-48; 20,19). Conforme propusemos anteriormente, de agora em diante passaremos a verificar como se dá tal contraste quando ele coloca em prática o seu ensinamento na sinagoga de Nazaré ao realizar sua missão. O que se dá da seguinte maneira:

- ao perdoar pecados (5,21);
- ao comer com os pecadores (5,30);
- ao libertar os oprimidos pelo demônio (11,14-15);
- ao curar (13,14.17).

3.2 Ao realizar sua missão
Até o presente momento temos visto o contraste entre Jesus e os seus adversários em relação ao seu ensinamento, a partir do qual os convoca a uma fé autêntica (cf. 4,24-27) e os mesmos se rebelam contra ele (vv.28-29). Contudo, tal contraste não está presente somente em relação ao seu ensinamento, mas, também é evidente quando ele, ao longo de seu ministério, exerce sua atividade. Atividade esta anunciada por meio de palavras aos seus dentro da sinagoga de Nazaré em dia de sábado (4,18), sendo que eles demonstram fé nele (v.22) e queriam ser beneficiados naquele dia (v.23). A partir de agora passaremos a analisar como este contraste ocorre ao longo do referido Evangelho.
3.2.1 A reação diante da ação de perdoar os pecados (5,21)
O contraste entre Jesus e seus adversários inicia-se dentro desta perícope (5,17-26; esp. v.21). Adversários estes que são especificados. Trata-se dos escribas e fariseus, os quais vieram de todas as aldeias da Galiléia, da Judéia e de Jerusalém, e se encontravam sentados não em uma sinagoga, mas em uma casa onde Jesus realizava o seu ensinamento (5,17). Constata-se aqui a primeira ocorrência dos seus adversários ao longo do seu ministério público (cf. vv.17.21), depois do contraste a partir do qual eles provocaram um atentado contra sua vida no final de seu segundo ensinamento na sinagoga de Nazaré (4,28-29).
Alguns homens, demonstrando confiança em Jesus, trouxeram-lhe um paralítico para ser libertado de sua opressão (5,18-19). Antes de curá-lo, porém, a sua primeira iniciativa depois de constatar a fé deles consistiu em dar-lhe o perdão dos pecados (v.20). Os escribas e fariseus (cf. 5,17), ao presenciarem Jesus em pleno exercício de sua missão principal de perdoar pecados (v.20), não se dirigem diretamente a ele, mas começam a raciocinar sobre a sua identidade, acusando-o de blasfemador (v.21ab). Isto porque exercera uma ação que pertence somente a Deus (5,21c; cf. 11,15) .
Deste modo, se alguns homens, juntamente com o paralítico, demonstram fé em Jesus e com isto o perdão é dado (5,20), os escribas e fariseus, pelo menos em um primeiro momento, não demonstram a mesma atitude. Isto porque questionam sua identidade, bem como sua autoridade (v.21). O que demonstra que o primeiro contraste entre Jesus e seus adversários, depois da perícope em questão (4,16-30, esp. vv.28-29), começa a ser constatado no presente texto por causa de sua ação de perdoar pecados (5,17-26, esp. v.21). Contraste que ocorre, também, quando os fariseus questionam a ação dos discípulos de Jesus de arrancar espigas no sábado (6,2). O mesmo se intensifica quando os escribas e fariseus, vindos para observar se ele curaria um homem com a mão atrofiada em dia de sábado (6,7), depois da cura, se enfurecem e combinam o que fazer com ele (v.11; cf. 4,28; 11,53-54).

3.2.2 A reação diante da ação de comer com pecadores (5,30)
Depois de ter demonstrado que sua missão consiste em perdoar os pecados (5,20) e também curar (5,24), Jesus se encontra agora tomando refeição com os pecadores na casa de Levi, o cobrador de impostos (5,27-32) . Na sinagoga de Nazaré, os adversários de Jesus não são identificados, pois se diz que «todos» se enfurecem contra ele e querem matá-lo (4,28-29) . Aqui, porém, os mesmos são identificados como sendo os fariseus e seus escribas . O contraste surge justamente porque os mesmos, com ciúmes, murmuram entre si e questionam não a Jesus, mas a seus discípulos pelo fato de que comem e bebem com os publicanos e os pecadores (5,30; 6,2) .
Contudo, Jesus, ao chamar Levi, que era um publicano (5,27) e, ao aceitar o convite dele para tomar refeição com publicanos e pecadores, demonstra que veio justamente para chamá-los à conversão, pois os sãos não precisam de médico (vv.31-32). Jesus, com efeito, dirá na parábola da ovelha perdida: «eu vos digo que do mesmo modo haverá mais alegria no céu por um só pecador que se arrependa, do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependimento» (15,7). O mesmo acontece no final da parábola da dracma perdida: «eu vos digo que, do mesmo modo, há alegria diante dos anjos de Deus por um só pecador que se arrependa» (15,10).
Jesus, na sinagoga de Nazaré, em seu segundo ensinamento, diz que não basta uma fé entusiasta para receber o perdão dos pecados, mas é necessário a mudança de mentalidade (4,24-27) . Aqui ele indica que veio chamar justamente os publicanos e pecadores à conversão (5,31-32). E, ao fazer isso, é claro que ele chama também aqueles que se consideravam sãos, ou seja, seus adversários aqui representados pelos fariseus e seus escribas, à adesão total a ele, acolhendo também os pecadores no meio deles. Se na sua cidade natal Jesus diz aos seus que sua unção messiânica tem como finalidade principal proclamar um ano de graça do Senhor (4,19), aqui ele comprova que tal ano já foi inaugurado chamando os publicanos e pecadores a fazer parte do Reino de Deus (5,31-32; cf. 5,20) e tomando refeição com eles (5,29). E se os seus se enfurecem contra ele e querem matá-lo no final de sua visita (4,28-29), aqui os fariseus e doutores da lei estão indignados e com ciúmes porque não se sentem tratados com exclusividade.
3.2.3 A reação diante da ação de libertar os oprimidos (11,14-15)
Nesta perícope (11,14-23), depois que Jesus libertou um mudo da opressão demoníaca e este começou a falar, as multidões «se admiraram» de sua ação (v.14; cf. 4,22). Admiração esta que revela a disposição em reconhecer a sua autoridade messiânica, a partir da qual ele transforma em ações o que tinha ensinado em Nazaré (4,18; cf. 7,9). Ação esta que torna presente o ano de graça do Senhor (v.19). Contudo, se as multidões demonstram fé em Jesus «alguns», indispostos a mudar de vida, não reconhecem a sua ação como sendo messiânica e provinda de Deus. O mesmo acontece quando Jesus perdoa os pecados do paralítico, sendo que os escribas e fariseus o acusam de blasfêmia (cf. 5,21).
Lucas não revela quem são estes «alguns» (11,15). Contudo, podemos imaginar que se tratam dos adversários de Jesus, os quais começam a se unir para acusá-lo de não agir em nome de Deus . Uma acusação que, devido à indisposição em mudar de mentalidade, demonstra o ciúme dos mesmos diante da sua ação de libertar os oprimidos. Ciúme este gerado pela indisposição dele em tratá-los com exclusividade, privilegiando-os (cf. 4,24-27; 5,30; 20,41).
Os adversários de Jesus («alguns») não o acusam de «estar possuído pelo demônio» mas, sim, de libertar os oprimidos pelo demônio por meio de Beelzebu, o príncipe dos demônios (11,15). Aqui existe uma contradição entre a identidade de Jesus proclamada por ele mesmo na sinagoga de Nazaré (4,18-19) e a acusação dos seus adversários de agir por meio do príncipe dos demônios (11,15). Jesus já anunciara que fora ungido e enviado por Deus por meio do Espírito Santo, tendo como uma de suas atividades a libertação dos que estão oprimidos. E seus adversários que deveriam estar presentes e demonstraram uma certa fé nele (4,22; cf. 5,26; 20,41), queriam ser beneficiados (4,23). Ao expulsar o demônio do mudo, devolvendo-lhe a fala (11,14), ele coloca em prática aquilo que antes tinha anunciado por meio de palavras. As multidões se dispõem a acreditar que a ação dele é própria do Messias (4,22), mas «alguns» (adversários), começando a manifestar-se de modo contrário, não fazem o mesmo (cf. 4,28-29).
Constata-se também uma ligação entre esta reação da parte de «alguns» que faziam parte da multidão que presenciara o exorcismo de Jesus (11,14-15), e a questão sobre a autoridade dele no Templo (20,1-8) . A palavra autoridade não aparece explicitada na acusação dos seus adversários, no entanto, a questão é sobre a mesma. A resposta de Jesus é feita por meio de uma pergunta: «ora, até mesmo Satanás, se estiver dividido contra si mesmo, como subsistirá seu reinado?» (11,18a). A partir disso, Jesus passa a mostrar o absurdo da afirmação deles por meio de duas parábolas (vv.18b-22).
Se Jesus não os acusa de blasfêmia neste momento, mais tarde dirá que quem pecar contra o Espírito Santo, interpretando a ação de Deus como sendo ação de Satanás, não terá perdão (12,10). �? também esta indisposição em acolhê-lo, reconhecendo a ação de Jesus como provinda de Deus e não de Satanás, que impossibilita os seus adversários de receber os benefícios que ele veio trazer (cf. 5,21). Deste modo, o contraste de Jesus com seus adversários se torna intenso não somente em relação ao seu ensinamento, mas também durante sua ação de libertar os oprimidos.

3.2.4 A reação diante da ação de curar (13,14.17)
Dentro da quarta parte do Evangelho de Lucas, onde Jesus se encontra em viagem à Jerusalém (9,51�??19,27), nos deparamos com o contexto da cura de uma dona enferma em dia de sábado (13,10-17). Contexto que nos recorda a infração da Lei do sábado por Jesus durante a cura do homem com a mão atrofiada (6,6-11), onde os escribas e fariseus o observam com a intenção de acusá-lo (v.7), e no final se enfurecem combinando o que fariam com ele (v.11; cf. 11,53-54); bem como do hidrópico (14,1-6), onde os fariseus o espiam (v.1), reagindo sem poder replicá-lo no final da cura (v.6).
A reação da dona encurvada depois de ser curada por Jesus foi de passar imediatamente a glorificar a Deus, reconhecendo a ação de seu Ungido (13,13; cf. 5,25). O que também se verifica na reação por parte do leproso samaritano (17,15) e do cego de Jericó (18,43) . Reações que demonstram fé nele como Ungido e enviado de Deus (cf. 4,22).
Mas a reação de indignação do chefe da sinagoga também é imediata (13,14a; cf. 4,28-29) . O seu problema não era tanto a fé em Jesus mas a dificuldade em mudar de mentalidade. Tanto é que o motivo de sua indignação é porque a cura foi realizada em dia de sábado. Assim, o chefe da sinagoga dirige um discurso direto não tanto a Jesus, mas à «multidão» presente na sinagoga (v.14b). O conteúdo do mesmo consiste em alertar para o fato de que tal cura não deveria ser realizada no dia consagrado ao Senhor. Contudo, na sua visita à Nazaré eles queriam ser beneficiados em dia de sábado (cf. 4,23).
A reação de Jesus consiste em um discurso dirigido diretamente aos seus adversários chamando-os de hipócritas, porque fazem o bem aos animais em dia de sábado, mas não se dispõem a fazê-lo aos seres humanos (13,15). Assim, Jesus os chama a uma fé mais profunda (cf. 4,24-27). Em seguida, ele diz que aquela filha de Abraão que estava oprimida por Satanás há dezoito anos deveria ser libertada justamente no dia do Senhor (13,16; cf. 4,19; 19,9). Os adversários e a multidão reagem diante de sua ação e palavras: «e, dizendo ele isso, todos os seus adversários ficaram envergonhados, e todo o povo se alegrava por todas as coisas gloriosas que eram feitas por ele» (v.17).
Existe uma diferença entre as duas reações. Se de uma parte a reação dos seus adversários foi de vergonha (13,17a) , a multidão inteira se exulta por todas as ações cumpridas por meio de Jesus (v.17b) .
Se em Nazaré, quando Jesus convoca os seus a não se sentirem exclusivos citando os exemplos de Elias e Eliseu, a reação foi de rebelião contra ele (4,28-29), aqui os adversários de Jesus se envergonham (13,17a). Contudo, a multidão inteira exulta por todas as suas ações, demonstrando fé nele e disposição em aceitar a cura no dia consagrado ao Senhor (13,17b; cf. 4,16.23).
Por assim ser, o contraste entre Jesus e os seus adversários não acontece somente durante o seu ensinamento, mas também durante a sua atividade de perdoar os pecados (5,21), conviver com os pecadores (5,30), libertar os oprimidos pelo demônio (11,14-15) e curar (13,14.17).

3.3 Sumário
A partir do exposto, podemos concluir esta seção de nossa Dissertação dizendo que o contraste entre Jesus e seus adversários não é um fenômeno que se limita somente à perícope em questão (Lc 4,16-30). O mesmo é presente ao longo do Evangelho quando Jesus ensina e exerce sua missão.
Jesus, no começo de seu ministério público, ensina aos seus que sem um modo de crer sincero não é possível ser beneficiado por ele (4,24-27). Ensinamento que provoca um contraste contra ele, uma vez que os mesmos se transformam em seus adversários (vv.28-29). Os líderes religiosos, indispostos à mudança de mentalidade, procuram lançar a mão sobre ele no Templo de Jerusalém (19,47). E só não o fazem por medo do povo que ouvia seu ensinamento enlevado (v.48). Próximo ao final de seu ministério público no referido Templo, Jesus ensina ao povo por meio de uma parábola, que por falta de conversão será rejeitado e matado por seus inimigos (20,9-19). Com isto, os mesmos serão destruídos e a mensagem salvífica será endereçada a outros povos. Sentindo inveja porque perderão a exclusividade, eles querem lançar a mão sobre ele (20,19ab). E de novo só não o fazem por medo do povo (v.20c).
O contraste entre Jesus e seus adversários não é constatável somente em relação ao seu ensinamento, mas também quando ele o transforma em ações ao longo do Evangelho de Lucas. O que acontece quando ele perdoa pecados, come com os pecadores, liberta os oprimidos e cura.
Jesus, em pleno exercício de sua atividade messiânica de dar o perdão dos pecados, também suscita o contraste de seus adversários. Ao perdoar os pecados do paralítico ele é acusado de blasfêmia, pois realiza uma atividade pertencente somente a Deus no AT (5,21). Porém ele ensina-lhes que sua missão messiânica consiste não apenas em perdoar pecados, mas também curar (v. 24).
Jesus demonstra também que veio para todos e não apenas para um grupo de pessoas privilegiadas ao comer com publicanos e pecadores (5,29), depois de ter chamado Levi e este ter oferecido um banquete em sua casa.
Ao libertar um mudo da opressão demoníaca (11,14; cf. 4,18), a multidão crê nele (cf. 4,22), mas «alguns» dentre a multidão o acusam de expulsar os demônios por meio de Beelzebu, príncipe dos demônios (v.15). Contudo, Jesus demonstra-lhes que seu Reino não está dividido e é como Messias enviado por Deus que ele realiza sua atividade. Ao curar uma mulher encurvada em dia de sábado, Jesus provoca a indignação do chefe da sinagoga por ter transgredido a Lei do repouso sagrado (13,14). Jesus ensina-lhes que veio beneficiar os que estão oprimidos independentemente do dia da semana, pois o tempo oportuno é «hoje» (cf. 4,21). Depois de curá-la seus adversários se envergonham, enquanto que a multidão inteira se alegrava com todas as maravilhas que ele realizava (13,17).
Vimos que o contraste entre Jesus e seus adversários se dá não somente em relação ao seu ensinamento, mas também em relação à sua disposição em libertar os oprimidos, curar e perdoar os pecados. E o motivo principal do mesmo é a indisposição deles em aceitar sua missão universal. Eles demonstram testemunho e admiração diante de Jesus e, além disso, o têm como um deles (4,22; cf. 5,26). Contudo, querem ser beneficiados somente por isso (4,23; cf. 20,41). Além disso, eles se consideram exclusivos e, por isso, não querem mudar de mentalidade, aceitando que outros também possam ser os destinatários do ano de graça do Senhor que Jesus veio proclamar. A partir disso, eles começam a criticar a sua identidade e autoridade, acusando-o de transgredir a Lei e a Tradição.


Bibliografia
1. Comentários
FITZMYER, J.A., The Gospel According to Luke I-IX, AncB 28, New York 1970.
_____, The Gospel According to Luke X-XXIV, AncB 28A, New York 1985.
GRASSO, S., Luca. Traduzione e commento, Roma 1986.
MARSHALL, I.H., The Gospel of Luke. A Commentary on the Greek Text, Grand Rapids 1978.
MEYNET, R., Il Vangelo di Luca. Analisi retorica. Roma 1988.

2. Livros e artigos
KILEY, M., «Why �??Matthew�?� in Matt 9,9-13?», Bib 65 (1984) 347-351.
KILGALLEN, J.J., «Provocation in Luke 4,23-24», Bib 70 (1989) 511-516.
KOCH, R., «Le Christ et l�??Esprit du Seigneur selon Luc 4,18-19», NRTh 115 (1993) 877-885.
P�?REZ, A. del AGUA., «El cumplimiento del Reino de Dios en la misión de Jesús: Programa del Evangelio de Lucas (4,14-44)», EstBíb 38 (1979/1980) 269-293.
SAMAIN, �?., «Le discours-programme de Nazareth Lc 4,16-21», AsSeign 20 (1973) 17-27.
SCHLOSSER, J., «La parole de Jésus sur le fin du Temple», NTS 36 (1990) 398-414.
SCHRECK, C.J., «The Nazareth Pericope Luke 4,16-30 in Recent Study», in L�??�?vangile de Luc, ed. F. Neirynck, Leuven 1989, 399-471.
SHAE, G.S., «The Question on the Authority of Jesus», NT 16 (1974) 1-29.
TANNEHILL, R.C., The Narrative Unity of Luke-Acts. A Literary Interpretation, Philadelphia 1986.
TARRECH, A. PUIG I, «La paràbola dels vinyaters homicides (Lc 20,9-19) en el context de Lc-Ac», RcatT 16 (1991) 39-65.
VAZ, E.D., A visita de Jesus à Nazaré �?? A perícope e o seu caráter programático para o Evangelho de Lucas �?? Um estudo exegético-teológico de Lc 4,16-30, Roma, 2003.


1. Mestre em Exegese pelo Pontifício Instituto Bíblico (PIB) e Doutor em Teologia com Especialização em Bíblia pela Pontifícia Universidade Gregoriana (PUG). Professor de Teologia na Universidade Católica de Goiás.
2. Cf. �?. SAMAIN, «Le discours-programme Lc 4,16-21», 27.
3. Segundo E.D. VAZ, A visita de Jesus à Nazaré, 06 a passagem que trata sobre a visita de Jesus à Nazaré é programática para o Evangelho de Lucas até o anúncio aos pagãos nos Atos dos Apóstolos.
4. Cf. J.J. KILGALLEN, «Provocation», 516; R. KOCH, «Le Christ», 884.
5. Pedro, durante o seu discurso na casa de Cornélio (10,34-43), ensina que Deus não faz distinção de pessoas, pois em qualquer nação, quem o teme e pratica a justiça, lhe é agradável (vv.34-35).
6. Cf. S. GRASSO, Luca, 148.
7. Cf. �?. SAMAIN, «Le discours-programme Lc 4,16-21», 37.
8. Cf. J. SCHLOSSER, «La parole de Jésus», 398-399.
9. Cf. S. GRASSO, Luca, 507.
10. Em Marcos os adversários de Jesus temem a ele mesmo, porque todo o povo estava admirado do seu ensinamento (Mc 11,18).
11. Para uma contextualização sobre a rejeição de Jesus dentro da referida perícope, cf. A. PUIG I T�?RRECH, «La paràbola dels vinyaters», 39-48.
12. Os membros do Sinédrio também perguntam sobre com qual poder e em nome de quem Pedro e João estão ensinando e curaram um paralítico (At 4,5-7).
13. G.S. SHAE, «The Question on the Authority of Jesus», 3 diz que a questão sobre a autoridade de Jesus continua presente na parábola.
14. Nota-se aqui uma conexão entre esta parábola (20,1-19) e o processo (22,66) e morte (22,71) de Jesus. Em efeito, os seus adversários foram mencionados pela primeira vez durante o primeiro anúncio de sua paixão (9,22).
15. Tal verbo ocorre 3x em Lucas: durante o primeiro anúncio da paixão de Jesus (9,22), quando se narra sobre a vinda do Filho do Homem que será rejeitado pela sua geração (17,25), e na parábola dos vinhateiros homicidas (20,17). A solução será apresentada por Satanás, que, no tempo oportuno, entra no coração de Judas (22,3). Nos Atos, o discurso de Pedro diante do Sinédrio termina assim: «seja manifesto a todos vós e a todo o povo de Israel: �??é em nome de Jesus Cristo, o Nazareu, aquele a quem vós crucificastes, mas a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, é por seu nome e por nenhum outro que este homem se apresenta curado, diante de vós. �? ele a pedra rejeitada por vós, os construtores, mas que se tornou a pedra angular�?�» (4,10-11).
16. Na declaração sumarizada que introduz o ensinamento de Jesus no Templo, os escribas e fariseus são mencionados como seus adversários, os quais procuram uma maneira de matá-lo (19,47), e só não o fazem porque o povo o ouvia com fé (v.48).
17. Cf. J.J. KILGALLEN, «Provocation», 513. Segundo R.C. TANNEHILL, The Narrative Unity, 72 Deus não faz favoritismos.
18. Como estamos diante de uma reação programática, a morte acontecerá somente no final da história e o motivo será um só: fé não fundada na conversão. Cf. A. del AGUA P�?REZ, «El cumplimiento», 285.
19. Aqui é interessante notar que eles pedem a Jesus para que isto não aconteça dizendo: «não seja assim!» (20,16b). Este pedido representa a fé nele e o desejo de não serem destruídos, mas de continuarem fazendo parte da vinha. No meio deles também se encontram os adversários de Jesus (20,19; cf. 4,22). Depois que Jesus ensina que ele é a pedra angular rejeitada por eles por falta de conversão, os mesmos reagem de outro modo (20,19; cf. 4,28-29).
20. R.C. TANNEHILL, The Narrative Unity, 73 diz que o conflito também persiste nos Atos dos Apóstolos.
21. S. GRASSO, Luca, 516 (a tradução é minha).
22. No contexto seguinte, o qual diz respeito ao tributo a César (20,20-26), os adversários de Jesus se dispõem a observá-lo e, mandam informadores que se passam por pessoas honestas para surpreendê-lo em alguma palavra falsa e entregá-lo às autoridades e ao poder do governador (v.20). Interrogando-o sobre o dever de pagar o tributo a César ou não, Jesus ensina com autoridade que se deve dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus (vv.21-25). Diante deste ensinamento, os enviados dos adversários de Jesus não puderam surpreendê-lo diante do povo. Ao contrário, ficam maravilhados com sua resposta e se calam (v.26). Os saduceus também o colocam à prova questionando-o sobre a ressurreição dos mortos (20,27-40). Jesus responde-lhes com sabadoria e, no final, a reação dos escribas consiste em elogiar o seu ensinamento feito com autoridade (v.39), sendo que ninguém mais ousava dirigir-lhe alguma pergunta (v.40).
23. Cf. J.A. FITZMYER, The Gospel, 583-584. No AT a autoridade de perdoar pecados pertence somente a Deus (cf. Ex 34,6-7; Sl 25,18; 32,1-5; Is 43,25 etc).
24. Cf. I.H. MARSHALL, The Gospel of Luke, 217. Para um maior aprofundamento sobre a perícope, cf. M. KILEY, «Why �??Matthew�?� in Matt 9,9-13?», 347-351.
25. C.J. SCHRECK, «The Nazareth Perícope», 436 diz que o motivo de tal fúria não é a falta de uma mudança de mentalidade, mas porque se vêem diante de um filho de José com pretensões messiânicas.
26. Lucas indica que os escribas pertencem ao grupo dos fariseus, o mesmo que se pode dizer dos saduceus ou essênios.
27. Na literatura rabínica os publicanos eram tidos como «pecadores», equiparados a ladrões ou ao povo da terra que não conhecia nem pratica a lei, sendo evitados pelos judeus. Na Mishnah, cfr Sanh III,3; BQ X,2; Toh VII,6 e no Talmud, cfr Sanh 25b.
28. R. KOCH, «Le Christ», 884 diz que Jesus convoca os seus à conversão.
29. Anteriormente, no primeiro anúncio de sua paixão (9,22), Jesus já havia previsto a necessidade de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, chefes dos sacerdotes e escribas, sendo conduzido à morte pelos seus adversários, mas ressuscitado por Deus ao terceiro dia.
30. Em Marcos a acusação é feita pelos escribas e se constitui em duas: «estar possuído por Beelzebu» e «expulsar os demônios por meio do príncipe dos demônios» (Mc 3,22).
31. Em efeito, a acusação «é por Beelzebu, o príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios» (11,15), tem relação com a questão «dize-nos com que autoridade fazes estas coisas, ou quem te concedeu esta autoridade?» (20,2). Se a autoridade e a missão de Jesus são colocadas em questão num primeiro momento (11,15), num segundo, não só a sua autoridade e missão, mas também sua identidade são questionadas (20,2). Ainda existe uma estrutura semelhante entre as respostas de Jesus por meio de perguntas (11,18a; 20,3). A relação ocorre quando ele responde-lhes por meio de parábolas (11,18b-22; 20,9-19).
32. Muitas vezes se menciona na LXX a ação de «glorificar a Deus» (Ex 15,2; Is 25,1; Dn 3,28).
33. Cf. R. MEYNET, Il Vangelo di Luca, 410.
34. No contexto da cura de um hidrópico (14,1-6), depois de ser convidado por um dos chefes dos fariseus para almoçar em sua casa em um dia de sábado, Jesus constata a presença do enfermo (vv.1-2). Ele pergunta aos doutores da Lei e aos fariseus se é lícito curar em dia de sábado, não porque não sabia que sim, mas, sim, porque sabia que eles o observavam (v.3). Como não obteve resposta, Jesus o cura (v.4), dizendo que se si faz o bem aos animais em dia de sábado, tal ação também deve ser realizada aos seres humanos (v.5). A reação de seus adversários foi de silêncio, pois não podiam responder nada diante deste ensinamento de Jesus (v.6).
35. Cf. S. GRASSO, Luca, 385.


Click aqui para ler o artigo (Word - 170kb)