Primeiro de tudo, vemos o que significa a palavra "liturgia". Trata-se de um "serviço para o povo". É um termo que vem da grécia antiga e o seu primeiro uso não foi na igreja, mas na sociedade civil, pois descrevia ações que certos cidadãos faziam em prol do povo, como a organização de ações necessárias para montar um grupo de teatro.

É Atos dos Apóstolos que menciona pela primeira vez essa palavra, em 13,2:

 Certo dia, eles estavam fazendo uma reunião litúrgica com jejum, e o Espírito Santo disse...

O termo usado é  λειτουργέω (leitourgeó), que aparece outras duas vezes no Novo Testamento (em amarelo o local onde é citado o vocábulo grego):

  • Romanos 15,27:  De fato, se os pagãos participaram nos bens espirituais dos judeus, eles têm obrigação de servi-los em suas necessidades materiais.
  • Hebreus 10,11:  Cada sumo sacerdote se apresenta diariamente para celebrar o culto e oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que são incapazes de eliminar os pecados.

Como o Antigo Testamento foi escrito em hebraico (e aramaico), o termo lá não aparece. Todavia o conceito da liturgia na Igreja nascente é o mesmo já presente no Antigo Testamento nos vários rituais de louvor a Deus que o povo hebreu colocava em prática, especialmente no Templo.

A particularidade cristã é o culto a Jesus, como Filho de Deus. Isso nasceu obviamente a partir da sua ressurreição, que coincide com a fundação da Igreja. A liturgia faz parte da índole do cristão, que através de formas de culto, sejam privadas que pública, se relaciona com Deus. A partir desse momento, as formas de "liturgia", de serviço, têm mudado no curso dos séculos e certamente continarão a mudar, adaptando-se ao tempo em que os cristãos vivem.