Olá Dirceia de Barra Mansa RJ !

Está questão que envolve a pratica do Judaísmo, chamado de sistema do “puro e do impuro encontrado na lei Mosaica, inúmeras vezes já foi respondida no portal. Poderás acessar estas respostas e ter conhecimentos das respostas a inúmeras perguntas que envolvem este tema. Recomendo a leitura do artigo “Jesus e a Lei”, que encontras aqui no site.

Jesus viveu na Palestina, dentro do quadro do Império Romano e do Judaísmo. Encontrou estruturas sociais geradoras de morte, tais como o sistema da Lei no Judaísmo ( por exemplo a mulher do fluxo de sangue) e também as Leis econômicas do Império Romano. Para podermos compreender em profundidade as atitudes de Jesus e seus gestos, temos que entender também a situação do homem de seu tempo. Só assim vamos ter a compreensão do posicionamento de Jesus perante a Lei, e o porquê de sua interpretação irônica (muitas vezes) da mesma.

 Jesus, em sua época, conseguiu distinguir, de modo claro, as estruturas do seu tempo que sustentavam Leis de morte, daquelas Leis que geravam vida. Perpassando as páginas do Evangelho, encontramos Jesus em constante conflito com os Fariseus, pois eram os guardiões da mais terrível estrutura de morte de sua época.

 

Lei do Puro e Impuro: marginaliza o pobre

Junto com a questão do Sábado, vem a reinterpretação que Jesus faz com as leis farisaicas do puro e impuro. Jesus escandaliza, toca nos leprosos (Mc 1,41; Mt 8,2; Lc 5,12), toca no cadáver do filho da viúva de Naim e o ressuscita. Os seus discípulos escandalizavam os Fariseus, porque comiam e bebiam sem lavar as mãos. Cura a mulher do fluxo de sangue. Tudo isto que Jesus e seus discípulos faziam, tornava impuras as pessoas. Os Sacerdotes e Fariseus, vendo estas atitudes de Jesus e dos discípulos, os repreendiam severamente. Cristo viu que estas Leis do puro e do impuro eram uma carga pesada demais para o povo. Para tudo, existia uma Lei: o que devia comer ou não, vestir, a distância que podia caminhar no Sábado, ou o que poderia fazer, etc. Existiam nada menos que 600 mandamentos.

Em consequência de todas estas leis, tornou-se para o pobre um peso insuportável observá-las e, com frequência, infringia algumas, tornando-se impuros.

Para o pobre em tal situação, existia apenas um caminho: ir ao Templo de Jerusalém, nas Peregrinações, e ali oferecer um sacrifício, uma esmola, para tornar-se novamente puro. O sacerdote era o que recebia estas ofertas, centralizava o poder econômico em torno de si. Só o sacerdote tinha o poder de restituir ao impuro novamente a normalidade da vida. E o caso do leproso que Jesus cura e diz: “Vai mostrar-te ao sacerdote e oferece por tua purificação o que Moises prescreveu, para que lhe sirva de prova” (Mc 1,44).

A Lei do puro e do impuro tornou-se uma opressão insuportável. Cristo percebeu isto, e fazia observações a todo este ritualismo: “o que, de fato, suja o homem não é o que vem de fora, mas o que vem do interior do homem mesmo” (Mt 15,10-20).

 

Um exemplo doloroso. A cura da mulher do fluxo de sangue

Conhecemos a história da mulher do fluxo de sangue, era discriminada da sociedade judaica, colocada de lado, tendo que se afastar das outras pessoas. Esta mulher sofria desde de sempre, penava por esta cruz, o sangue a contaminava e contaminava os outros.

Jesus viu a aflição desta mulher, e seu sofrimento, concedeu a cura e a reintegração na sociedade.

Jesus livra a mulher do fluxo de sangue desta discriminação e desta punição a maior de todas, o afastamento das pessoas de sua casa e do ambiente onde vivia.