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No dia de hoje estivemos em dois lugares: no sítio arqueológico de Bet Shean e no Monte Tabor. Certamentet todos conhecem o Monte Tabor, porque lá Jesus se transfigurou, diante de alguns apóstolos, mas a primeira cidade é muito menos conhecida.

Saímos do hotel deixando para trás Tiberíades, na direção sul. Passamos pelo Rio Jordão, no sul do lago (“Mar”), em Yardenit, lugar muito em voga até algum tempo atrás, quando não era possível visitar o Jordão perto de Jericó, aonde hoje se recorda o local do batismo de Jesus por João Batista. Seguindo adiante por mais umas dezenas de quilômetros, chegamos nessa cidadezinha moderna, que conta com cerca de 6 ou 7 mil habitantes.

Bet Shean (também conhecida como Escitópolis) é um dos sítios arqueológicos mais importantes de Israel. Começando já pelas suas dimensões: uma área enorme, onde se encontra de tudo, desde o bonito teatro romano até diferentes igrejas e sinagogas. Essa cidade na época romana, principalmente no início do cristianismo e no segundo século, perdia somente para Cesareia Marítima, sendo uma das cidades mais importantes de Israel. A Bíblia não fala muito dela, mas foi nesse local que os filisteus, depois de derrotar os hebreus liderados pelo rei Saul, colocaram seus despojos e seu próprio corpo pendurando-os no muro da cidade (1Samuel 31).

Essa localidade pertencia ao grupo das cidades dita “Decápolis”. É a única que ficava do lado de cá do Jordão (Cisjordânia), enquanto as demais estão do outro lado do rio, na atual Jordânia. Os evangelhos dizem que Jesus passou anunciando o Evangelho nessas cidades (Marcos 7,31).

Como muitas localidades, aqui também aconteceu muita destruição e reconstrução. Mas parece que a destruição final, no século VIII foi por causa natural: um terremoto.

Depois da manhã “arqueológica”, passamos pela moderna cidade da Afula, com seus 40 mil habitantes, no Vale de Jizreel, procurando um local para almoçar. Em seguida nos dirigimos ao norte, na direção de Nazaré, até o Monte Tabor.

O Monte Tabor é uma colina não muito alta (cerca de 600 metros), mas se destaca porque é isolada em uma planície. É um lugar histórico já para os judeus: foi daqui que partiu a empresa que deu a vitória a Débora e Barak contra os cananeus (Juízes 4 – 6). Mas o lugar é famoso principalmente pela Transfiguração, contada pelos evangelhos sinóticos (Mateus 17,1-9, Marcos 9,2-8 e Lucas 9,8-36) e 2Pedro 1,16-18:

Nos evangelhos, Jesus levou Pedro, Tiago, filho de Zebedeu, e João consigo até o alto de uma montanha. Lá, Mateus 17,2 afirma que Jesus "Foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz." Neste momento, os profetas Elias e Moisés aparecem e Jesus começou a conversar com eles. Lucas 9,32 afirma que os apóstolos "viram a sua glória".

A montanha da transfiguração não é mencionada na Bíblia, mas a tradição há muito tempo colocou o evento sobre essa colina. Nesse local hoje existe uma igreja cuidada pelos franciscanos. Há também uma igreja dos gregos ortodoxos. É um lugar especial, como é especial poder sentar em uma sombra, num banco entre os tantos disponíveis, e ler as passagens bíblicas que aqui são recordadas.