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Depois de uma semana em Jerusalém, começamos a alargar o nosso horizonte. Hoje fomos para a área do Mar Morto e da foz do Jordão, passando pelo Deserto de Judá.

 

Mar Morto

Durante os próximos dias teremos um carro alugado e isso nos possibilita poder andar para mais longe. Israel não é muito grande e fica fácil visitá-lo. Depois das práticas no Rent a Car, descemos para a zona do Mar Morto. É uma área muito particular por causa da sua posição geográfica. Trata-se de uma depressão, uma faixa de terra que fica abaixo do nível do mar (-427 metros em 2014). A Bíblia o conhece como “Mar de Sal”. E isso explica a seu apelativo de “morto”: tem tanto sal que poucas formas de vida conseguem ali viver. A sua extensão, de norte a sul, é de aproximadamente 80 quilômetros e a sua largura não supera os 18 quilômetros. É uma fronteira natural entre a Jordânia e Israel. Por ter tanto sal, entrando nele a pessoa não afunda; fica boiando, como acontece com uma garrafa vazia jogada na água. A situação desse ambiente preocupa pela sua diminuição repentina. Tem sido monitorado desde 1930 e até agora a sua profundeza diminuiu de aproximadamente 40 metros. A principal razão dessa diminuição é a pouca água que nele chega através do Rio Jordão, que desemboca exatamente ali. A maior parte da sua água é tomada por Israel e Jordânia antes que ele termine o seu curso.

Em termos bíblicos, é importante recordar principalmente a zona de Jericó, na parte final do Jordão, aonde João Batista batizava e onde foi também o lugar da passagem dos hebreus, quando entraram na Terra Prometida.

 

Bom Samaritano

Depois de pegar o carro, pegamos a Pista 01, que desce em direção a Jericó. É uma descida bonita, atravessando o deserto de Judá. É muito bonito ver o deserto com sua “vida”. Não é como o tradicional deserto de dunas, que estamos acostumados a imaginar, mas um deserto de pedra.

Deixando para trás o monte das oliveiras e a zona de Betânia, depois de cerca de 20 quilômetros, se chega a um local aonde desde o tempo dos Bizantinos se comemora a Parábola do Bom Samaritano. Lembro que na década de 90 ali encontrávamos somente algum beduíno que oferecia algum souvenir para os visitantes. Ao invés, hoje em dia é um museu, um dos “Parques nationais” de Israel.

O governo de Israel, através da National Nature and Parks Authority contola muitos parques naturais. Uma boa ideia é, como fizemos nós, comprar um bilhete que permite a entrada em todos os parques, por um período de 15 dias.

Voltando ao “Bom Samaritano”, esse local é recordado já pelos cristãos do passado como local aonde o pobre coitado foi levado pelo “bom samaritano” para ser cuidado. Obviamente, sendo uma parábola, esse lugar não existia. Mas foi uma forma que os cristãos encontraram para tornar mais plástica a mensagem de Cristo, no caminho que sobe de Jericó para Jerusalém.

Hoje, além de conservar as ruínas de igrejas bizantinas e cruzadas, o local mostra diversos mosaicos, vindo especialmente de Gaza.

 

Rio Jordão

Depois dessa parada, o nosso destino foi o Rio Jordão, lugar aonde Jesus foi batizado por João e onde ele mesmo batizou. Fica a poucos quilômetros da sua foz, no Mar Morto. Nesse altura é um riacho pequeno, com uns 7 ou 8 metros de largura; água amarela... Também esse é um Parque Nacional, no meio do deserto, longe das habitações, pois é uma zona militar, com muitas cercas e proibições. Ao menos agora e possível visitá-la e colocar os pés, e para quem tem coragem, mergulhar nas águas do Jordão. É bonito ver as pessoas cantando e exprimindo a própria fé na sua vida religiosa.

Não há muita coisa para ver, mas só para experimentar.

 

Qumran

O terceiro lugar que visitamos foi Qumran. Já ontem falamos dos manuscritos que ali foram encontrados na década de 50 e que hoje se encontram no Museu de Israel. Era um local onde viviam os essênios, gente de origem sacerdotal que “brigou” com os sacerdotes oficiais de Jerusalém e decidiram se retirar no deserto para prepararem-se para o combate final: os filhos da luz contra os filhos das trevas. Levavam uma vida austera e se reuniam para comer juntos. Eram muito cultos e tinham muitos escritos.

Em 70, quando os Romanos quiseram aplacar a rebelião na Palestina, chegaram também em Qumran. E quando isso aconteceu, os manuscritos que a comunidade tinha foram escondidos em grutas e assim puderem ser preservados até hoje.

Hoje é possível ver de longe alguma dessas grutas onde os manuscritos foram encontrados, mas sobretudo as ruínas das construções da comunidade dos essênios.

 

Voltando para Jerusalém, pudemos parar no deserto e admirar o panorama e a paz típica desse ambiente, contemplando o Wadi Qelt e o mosteiro de São Jorge.

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