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Hoje foi um dia tradicional como peregrinos. A nossa meta principal foi o Monte das Oliveiras, principalmente a mesquita que recorda a ascensão de Cristo, a Igreja do Pai-Nosso, Dominus Flevit e Getsêmani.

Saímos logo depois do café para começar desde cima do monte e descer até o Vale de Josafá, lá onde é o lugar do Juízo, segundo o profeta Joel.

O Monte das Oliverias é uma colina que fica na parte oriental de Jerusalém, não muito longe de Betânia e pertinho de Betfagé. Depois de um pouco de consulta com o povo daqui, decidimos ir de taxi: 32 shequels, aproximadamente 10 Euros. Em 15 minutos estávamos diante do lugar da ascensão de Cristo. Ali encontramos restos de uma igreja muito antiga, dita imbomom, já do tempo dos bizantinos. Depois foi substituída pela Eleona (jardim de oliveiras), que engloba hoje outra igreja, aquela do Pai-Nosso. O que no passado era a igreja da Ascensão hoje é uma mesquita e, depois de pagar 5 shequels, todo mundo pode entrar. No piso da pequena construção se encontra uma famosa pedra, que a tradição diz conter as pegadas de Cristo, deixada ali quando subiu aos céus, depois da ressurreição.

Jesus foi levado ao céu à vista deles. E quando uma nuvem o cobriu, eles não puderam vê-lo mais. Os apóstolos continuavam a olhar para o céu, enquanto Jesus ia embora. Mas, de repente, dois homens vestidos de branco apareceram a eles e disseram: «Homens da Galiléia, por que vocês estão aí parados, olhando para o céu? Esse Jesus que foi tirado de vocês e levado para o céu, virá do mesmo modo com que vocês o viram partir para o céu.» (Atos dos Apóstolos 1,9-11)

A poucos metros dali se encontra a Igreja do Pai-Nosso, caracterizada pela presença de tal oração em mais de cem línguas, também em português, arcaico e com alguns erros de ortografia. Uma gruta relembra o local onde Jesus ensinou aos apóstolos a rezar. Hoje, também nesse lugar se paga a entrada, 10 shequels. É um convento de monjas carmelitas francesas. É recente e visitei pela primeira vez um jardim de oliveiras e outras plantas muito bonito, com vista sobre Jerusalém.

Depois fomos baixando para o Getsêmani, que fica no vale de Josafá. A caminhada é muito bonita, sobretudo pela vista que se tem da esplanada do templo e de Jerusalém em geral. Antes de começar a descida, damos uma paradinha no Mosteiro das Monjas Beneditinas, pois queremos deixar um recado trazido de Roma. Uma limonada e a igreja muito especial nos acolheram de braços abertos.

 

Descida até o Getsêmani

Depois começamos a descida. Passando no meio do cemitério judaico, chega-se à igrejinha dita “Dominus Flevit”, local desde onde Jesus contemplou Jerusalém e chorou sobre ela:

“Ó Jerusalém, Jerusalém, que assassinas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes Eu quis reunir os teus filhos, como a galinha acolhe os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vós não o aceitastes!” (Mateus 23,37)

Essa pequena igrejinha, construída na metade do século passado, é uma pérola. Lugar tranquilo, com flores e uma vista fantástica sobre a cidade. O altar da capela é de vidro e enquanto se participa da missa, se vê a cidade santa.

Baixando mais uns 500 metros chegamos na Basílica do Getsêmani, dita Basílica das Nações, pois foi construída graças à generosidade de diversos países. Além da igreja, dentro da qual se encontra a pedra sobre a qual Jesus na quinta-feira Santa pede ao Pai que afaste dele o cálice, o local é tipicamente conhecido pelo bonito jardins com umas 20 oliveiras, algumas delas seculares, ditas inclusive serem do tempo de Cristo. A igreja é sempre um pouco escura e leva à oração, lembrando a contemplação de Jesus a poucas horas da sua paixão. Apesar da importância do momento, os discípulos não conseguiram ficar acordados e acabaram se adormentando:

E perguntou-lhes: «Por que vocês estão dormindo? Levantem-se e rezem, para não caírem na tentação.» (Lucas 22,46).

 

Almoço e Shabbat

Terminada a visita, era já hora do almoço. A nossa meta eram pequenos restaurantes árabes próximo do Santo Sepulcro. No caminho, logo depois do Getsêmani, passamos ao lado da capela da traição de Judas e da Igreja do túmulo de Maria. Em seguida, a 200 metros, passa-se pelo local aonde foi assassinado o primeiro mártir cristão, Estêvão. Junto com os muçulmanos que se dirigiam para a mesquita Al Aqsa para a oração da sexta-feira, fomos em direção à Porta dos Leões e depois passamos pela Flagelação e fizemos o percurso da Via-Sacra até o Santo Sepulcro.

Depois do almoço, um pouco de merecido descanso no hotel. A nossa intenção era passa a tardezinha no Muro das Lamentações (Qotel, simplesmente “Muro”), para participar da abertura do Shabbat, dia de oração para os judeus. Aqui nesse lugar podemos presenciar uma realidade particular: sexta-feira é o dia de repouso e oração dos muçulmanos, sábado dos judeus e domingo o nosso “dia do Senhor”. Os judeus começam o Shabbat com o toque do shofar, quando o sol se põe, por volta das 17,30 hoje. Muitos habitates de Jerusalém se dirigem para o Muro e ali, todo mundo vestido com “roupa de domingo” faz festa. Os homens de um lado e as mulheres do outro. Na parte masculina, muita alegria: canto, danças... As mulheres são mais tranquilas. Toda a alegria e espontaneidade que se vê naquele momento faz penar na nossa maneira cristã de celebrar.

Hoje não fizemos nada corrido. E isso só é possível quando se vem sozinho, pois os grupos visitam tudo, em pouco tempo e estão sempre correndo. Em síntese, um dia especial também hoje, como é sempre especial estar por aqui.

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