Um texto que poderíamos tomar em consideração para dar uma resposta à sua pergunta é a narração do Dilúvio, que aparece a partir de Gênesis 6,5, até Gênesis 9,17. A história dessa tragédia, desse "fim do mundo" termina com uma aliança, cujo sinal é o arco-íris (Gênesis 9,12):

Eis o sinal da aliança que instituo entre mim e vós e todos os seres vivos que estão cconvosco, para todas as gerações futuras: porei meu arco na nuvem e ele se tornará um sinal da aliança entre mim e a terra.

Essa aliança, como se lê nos versículos precendentes, consiste no fato que "tudo o que existe não será mais destruído pelas águas do dilúvio; não haverá mais dilúvio para devastar a terra" (5,11).

Podemos, portanto, deduzir que toda e qualquer destruição não é obra de Deus.

O autor sagrado mostra nesse texto do Dilúvio uma reflexão teológica da desgraça no mundo, que não pode ser fruto da mão divina, mas consequência do pecado, da corrupção da humanidade: "Iahweh viu que a maldade do homem era grande sobre a terra, e que era continuamente mau todo desígnio de seu coração" (Gênesis 6,5).

Essa maldade incita no coração humano não é fruto da sua "sabedoria", mas consequência do pecado, das escolhas que pode fazer. As escolhas humanas, baseadas na ganância, na distância da vontade divina, são as únicas causas da destruição do mundo. O Arco-Íris é, para nós, um sinal que Deus nunca o destruirá.