Essa festa muito típica em todo o Brasil, vem certamente das celebrações de verão que se fazem na Europa, em coincidência com a menor noite do ano, celebrada quando começa a estação do verão no hemisfério norte, no solstício de versão. No Brasil, as festas coincidem com o período onde as noites são grandes e o dia curto. No hemisfério norte é tempo da colheita, tempo de alegria, de estar juntos. No Brasil é tempo de frio, quando se sublinha a vontade de estar perto do foto e o desejo que os dias aumentem, que prevaleça a luz. Todos esses elementos podem ser vistos como fatores antropológicos das festas juninas.

 

Cristianização

Embora a festa certamente tenha uma origem pagã, como aconteceu também com outras festas, os cristãos souberam usar os valores que transmitiam e a integraram na própria expressão de fé. O Brasil certamente tomou emprestada a tradição portuguesa, onde nesse período se comemora os "santos populares", destacando-se São Pedro e Paulo (29 de junho) Santo Antônio (13 de junho), celebrada especialmente em Lisboa, e São João (24 de junho), dia especial no Porto, festa essa que se assemelha muito às festas juninas do Nordeste do Brasil, com casamentos, fogueiras e balões.

 

São João Batista

Lucas, no seu Evangelho, diz que o Batista nasceu seis meses antes de Jesus. Por isso, a festa de São João Batista foi fixada em 24 de junho, seis meses antes da Véspera de Natal. São João é o único santo, excetuando a mãe de Jesus, que a Igreja comemora o dia do seu nascimento; tradicionalmente, a festa dos santos cai no dia de suas mortes.

São João é o padroeiro de tantas cidades. É uma devoção que nasceu já nos primórdios da igreja, desde o momento que foi enterrado em Sebaste, na Samaria.

Estando na Itália, é impressionante ver como na história foi importante uma relíquia de São João. Dizem que as cinzas do seu corpo estão em Gênova, enquanto que a cabeça estaria na Turquia, levada para Roma mais tarde.

Toda essa tradição de relíquias, que para nós pode parecer anacrônica, demonstra a grande devoção por aquele que foi o precursor de Cristo. Não é simplesmente uma devoção à pessoa, mas ao seu exemplo, ao fato que indicou para seus contemporâneos - e indica também a nós hoje - quem era o Messias.

João Batista resume em si traços que são fundamentais para a história do cristianismo e para a nossa fé: parente de Jesus, precursor de Cristo, último entre os profetas de Israel, primeiro testemunho de Jesus, batizador de Crismo, anunciador da Boa Nova, mártir defensor da lei mosaica.

 

Concluindo

As festas desse mês de junho não têm bases bíblicas, mas podem assumir um carácter que nos ajuda a crescer na nossa fé. Por isso, em princípio, o cristão pode participar dela. Sei que nem todos recordam a memória do Batista, mas mesmo assim é uma oportunidade para a alegria, que é uma característica do seguidor de Cristo, que recebeu uma Boa Notícia.