Em Êxodo 13,37 lemos:

Os filhos de Israel partiram de Ramsés em direção a Sucot, cerca de seiscentos mil homens a pé – somente homens, sem contar suas famílias (mulheres e crianças)

Esse número é confimado em recenseamentos futuros:

  • “O total de recenseados foi de seiscentos e três mil e quinhentos e cinquenta.” (Números 1,46)
  • “Os filhos de Israel eram, portanto, seiscentos e um mil, setecentos e trinta recenseados.” (Números 26,51).

 

Seriam esses números verdadeiros?

Os números indicados pela Bíblia, que fala simplesmente de homens, principalmente homens capazes de lutar, membros do exército, nos faria imagina ao menos 1 milhão de pessoas. Se quiséssemos defender esse número como um dado real, teríamos que imaginar uma realidade surreal no deserto e mesmo no Egito.

Seria o suficiente fazer um estudo analítico da população mundial para colocar em questão esse número bíblico. A primeira cidade que alcançou 1 milhão de habitantes foi Roma, no perído da República (um pouco antes de Cristo - veja aqui).

Em relação à Jerusalém, parece que no período de Davi se pode falar de uma população não muito superior a mil habitantes (veja esse artigo em inglês).

Esses dois exemplos bastam para ver como o número mencionado pela texto bíblico não quer simplesmente contar as pessoas. É uma figura de linguagem (hipébole) comum na Bíblia que exagera para afirmar a extraordinariedade do evento. Não é uma mentira, mas é uma ênfase para sublinhar a grandeza da ação divina na libertação do povo da escravidão do Egito.