Olá Gutemberg Ferreira de Sumaré - SP!

A arqueologia descobriu nesse local indícios do culto ao deus Sarapis, na época Romana. Mas o assunto ligado a este local do Milagre de Jesus do paralitico de Betesda continua sendo motivo de discussão.

 

Local da Piscina de Betesda em Jerusalém.

Este local nomeado com Piscina de Betesda é considerado o local do Milagre de Jesus da cura do paralitico, foi encontrado durante as reparações e escavações da Basílica Santa Ana em 1888 pelo professor arqueólogo, Dr. Conrad Shick. Esta piscina se encontra próxima a porta dos Leões,  porta de Santo Estevão, ou também conhecida como a porta das ovelhas,  localizada no bairro Muçulmano em Jerusalém, cidade velha. Esse bairro habitado por moradores muçulmanos era chamado de Beseta o tanque ficava próximo da Porta das Ovelhas e da Fortaleza Antônia (distante 300 metros, pela via que sai na porta de Damasco) englobado pela terceira muralha construída inicialmente pelas ordens do rei Agripa I (41-44 d.C.), o Imperador Claudio no ano de 44 d.C. determinou a parada da construção dos muros e finalmente completada no ano de 66 d.C. pelos judeus revoltosos.

 

Presença dos Romanos nas obras de restauração da piscina.

Os romanos reutilizaram a estrutura e a aumentaram consideravelmente e deram um novo significado para estas águas consideradas curativas. Acrescentaram outras cisternas, para armazenamento da água, bancos nas salas cobertas onde os doentes esperavam o milagre acontecer e, possivelmente, um altar para sacrifícios ao deus Serápis

 

Surge com os Romanos um santuário dedicado a Serápis.

Para a mentalidade Romana este lugar passa a ser considerado um santuário onde se tomavam banhos de cura, sob a proteção de Serápis, como mostra as peças arqueológicas descobertas. Nas dependências do santuário a arqueologia descobriu afrescos em murais representando a cura; ex-voto comemorando as duas funções de Serápis (curas e salvamentos no mar); moedas reproduzindo a efígie de Serápis e da deusa Hígia, filha de Esculápio. Também afrescos mostrando o rosto de Serápis como serpente com a cabeça de homem barbado.

 

Piscina para lavar as ovelhas.

O local está ao lado do Templo de Jerusalém, e água das fontes ali existentes eram utilizadas para lavar as ovelhas endereçadas ao sacrifício no Templo.

 

A piscina de Betesda passa a ser utilizada pelos Romanos em cultos pagãos.

Com a ampliação e construção dos tanques realizada pelos Romanos preocupados com abastecimento de água e a conservação da água das fontes. Os Romanos redimensionaram a presença desta água, dos tanques enormes e fontes relacionando aos cultos pagãos ligados ao deus ligados à cura. O sincretismo religioso iniciado nos primórdios da civilização hebreia em contato com as civilizações da Mesopotâmia foi ganhando força com a dominação dos babilônicos, dos persas e posteriormente dos helênicos assim no século I d.C. a naturalidade dos cultos pagãos de cura milagrosa coexistia com as atividades ligadas ao templo tendo uma forte oposição liderada pelos saduceus que formavam a elite do Templo.

 

Nota: Como estudante de Bíblia em Jerusalém vivi seis anos neste bairro muçulmano há duzentos metros da piscina de Betesda. Lembro que em uma das aula e visitas arqueológicas a Jerusalém o arqueólogo Frei Belarmino Bagati, nos conduziu ao local desta piscina, lembrando o fato bíblico do Milagre de Jesus João 5,1-18, o significado do movimento da água, a as explicações arqueológicas no local onde se realizavam cultos pagãos a Serápis. Este local ainda abriga uma Igreja do tempo dos cruzados, que determina o local do nascimento de Maria.

Seguidamente depois do almoço, se caminhava da Escola até este local que tinha entrada franca e frondosas árvores de sombra. Atualmente o  local é zelado pelos Padre Brancos. Retornando ao local depois de 20 anos, tudo permance idêntico, menos a entrada que hoje é cobrada. Um dia por semana no domingo no horário das orações a entrada é livre.