A sua pergunta é importante, entretanto a resposta é longa e complexa.

Coloco algumas indicações deixando em aberto seu interesse em ler mais sobre o assunto.

Uma observação inicial, não foram todos os judeus que tiveram ódio de Jesus, mas os judeus pertencentes a grupos que controlavam o poder em Israel (sacerdotes, fariseus, saduceus, escribas).

Se folharmos o Novo Testamento, encontramos atritos de Jesus com os fariseus, os escribas, os saduceus. Estes eram a elite do poder em Israel. Eles queriam permanecer no poder pois tinham muitos privilégios e fiscalizavam a ação dos movimentos populares de contestação. Este tipo de ação indispunha Israel aos Romanos. Jesus não pertenceu a nenhum movimento de contestação a presença dos Romanos, tinha seus seguidores e a proposta de um Reino de Paz se estendia a todos. Lembramos alguns movimentos de contestação: Líderes populares camponeses, Pitolau e Ezequias (63 a.C.-37 a.C.); Movimento de Matias e Judas (37a.C- 4 a.C.); Revolta messiânica de Simão (4 a.C. – 6 d.C.); movimento zelota Sadoc e Judas de Gamla (6 d.C. – 27 d.C.); movimento profético João Batista, Teudas, 27 d.C. – 69 d.C.).

Muitos judeus, seguiam a Jesus para ouvi-lo e viam que existia uma proposta diferente de convivência entre as pessoas. De Jesus esperavam os milagres. Não pensavam como os fariseus, escribas, saduceus, que buscavam manter-se no poder, compactuando com a presença dos Romanos na Palestina.

Jesus representava para estes grupos que estavam no poder uma ameaça aos Romanos, pois poderia fragilizar a situação cômoda que viviam. Existia um pacto velado entre as classes que estavam no poder e os Romanos. A ordem seria mantida sem contestação a presença Romana, os impostos seriam pagos religiosamente, e teriam privilégios, o Templo de Jerusalém continuava funcionando e os Romanos não interferiam na escolha do sumo sacerdotes e das autoridades judaicas. Esta é a conhecida “Paz Romana”, que o Império Romano propunha aos povos conquistados.

Portanto a presença de Jesus, atraindo multidões ao seu redor, os feitos extraordinários instigavam o ódio dos que controlavam o poder.

Sua morte foi uma saída para se manter a paz em Jerusalém e Israel, e as classes dominantes continuarem com os privilégios. Embora os judeus até hoje continuam afirmando que a condenação e a morte de Jesus foi a mando e responsabilidade dos romanos.