Salomão é famoso pela sua sabedoria. Testemunham essa sua fama a oração que faz a Deus, pedindo, invés de riqueza, sabedoria para poder julgar o seu povo (1Reis 3,9) e o episódio das mulheres que diziam ser mãe do mesmo filho e o rei, de maneira sábia, descobriu quem era a verdadeira mãe (1Reis 3,16;28).

Além disso, 1Reis 5,12 diz que Salomão pronunciou "três mil provérbios e seus cânticos foram em número de mil e cinco".

O livro dos Provérbios começa dizendo:

Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel.

Também o Livro da Sabedoria (só na Bíblia católica) é dito "Sabedoria de Salomão".

Essas atribuições da autoria de Salomão são ditadas pela fama que o terceiro rei de Israel tinha. O livro final não é obra de Salomão, mas quem reuniu todas essas sentenças quis dar autoridade ao livro, como é típico para os livros bíblicos, e colocou o nome do rei de Israel no título do livro.

O livro dos Provérbios recolhe materiais de diferentes fontes e de diferentes períodos. Pode ser que algumas sentenças tenham origem no tempo dos reis e que a tradição as transmitiu até que um redator reunisse todo o material e colocasse por escrito. De fato, alguns capítulos são muito parecidos com a sabedoria egípcia ou até mesmo com estilos sapienciais de Ugarit. Portanto, são instruções com origens antigas. Outros capítulos, invés, com certeza foram redigidos depois do Exílio em Babilônia, ao menos 500 anos depois que Salomão viveu.

O Livro da Sabedoria, também atribuído ao Rei, foi escrito pouco antes de Cristo, 900 anos depois de Salomão.

Não podemos dizer que todo o livro dos Provérbios é de Salomão. E, ao mesmo tempo, é impossível determinar se essa ou aquela máxima do livro vem do rei. Mas ao mesmo tempo, não há razão para duvidar que alguns provérbios remontem à sua época.