Em geral, no Antigo Testamento, o termo anátema significa "destruição total" (em hebraico herem) dos inimigos da guerra. Isto é, quando havia uma guerra os inimigos derrotados deveriam ser todos destruídos. Nesse sentido, é emblemático o episódio na vida de Saul, a guerra contra os amalecitas, contada por 1Samuel 15. A bíblia conta que tendo Saul derrotado os amalecitas, poupa o rei Agag "e tudo o que havia de molhor do gado miúdo e graúdo, os animais gordos e as ovelhas (...) não quis incluí-lo no anátema; mas tudo o que era vil e despresúvel o votou ao anátema" (1Samuel 15,9).

Teologicamente, o anátema é a oferta feita a Deus de todo o despojo adquirido com a vitória sobre o inimigo, que era considerada obra divina.

A ação de Saul é condenada por Iahweh através de Samuel. Saul é rejeitado e no seu lugar é ungido Davi.

O pecado de Saul, que para nós parece estranho, é não ter levado a sério a ordem divina. Para comprazer o povo, escolheu poupar o que havia de melhor dos despojos da guerra: entre Iahweh que o elegeu como rei e o povo que o aclamou, Saul procurou agradar o segundo e não se decidiu exclusivamente por Iahweh.