A posição de são Paulo apóstolo, em relação à Lei é bem marcante e a sua transcendência do ethos semântico marca de maneira pontual, o paradigma costumeiro, deixando um vazio epistemológico que servirá de ponto de partida para a criação de sua teologia que tem como uma de suas principais características, o novo homem; A NOVA CRIATURA.

 

O Homem SÁRKIKOS, guiado pelos seus instintos, pensa que é livre, quando na verdade se torna escravo e totalmente dependente deles; confunde liberdade com libertinagem. Pensa no ter e vive hedonicamente em eterno gozo, saciando-se sem limites e tratando uns aos outros como coisas animadas com selo de preço e etiquetas de validade.

 

A mudança almejada por são Paulo demonstra a sua intimidade e conexão com o Evangelho deixado por Jesus. Entre os gentios tinham os Gregos que elevavam o homem PSÍKIKOS,o homem racional; era melhor do que o anterior, mas apenas a razão, pode até nos convencer no campo da lógica de que estamos errados, mas sozinha, não nos dá força para sairmos do erro e vencermos o pecado, e depois, nossa razão será sempre limitada diante do mistério de Deus.

 

O modelo que tinha em mente e que coaduna com as práticas cristãs era do homem PNEUMÁTIKOS; o espiritual. Esse é feito a imagem de Jesus Cristo, o Homem Novo, é desse que Paulo fala com tanta insistência: “Revesti-vos do homem novo...”. Esse homem vê tudo retamente, pois não é guiado por si mesmo, mas pelo Espírito, que tudo sabe tudo conhece! Esse homem é verdadeiramente livre.

 

Hodiernamente, será que ao fazermos uma reflexão de nosso comportamento como cristão, conseguiremos nos encaixar na perspectiva de são Paulo naquele ideal de homem que ele almejava e fez de si mesmo um exemplo a ser seguido? Ou ao invés disso, estamos alhures deste homem planejado por Jesus?

 

E se estamos longe, o que está nos afastando? Quem sabe aabordagem que se tem dado ao Evangelho como um produto eficaz com um viés comercial, repleto de mágicas e milagres, que trata as pessoas como clientes e sem constrangimento, anuncia-se que qualquer um pode adquirir esse determinado benefício com um esforço mínimo de uma quantia x.

 

As pseudoigrejas têm se transformado em supermercados da graça com a satisfação garantida se a sua fé for pelo menos do tamanho do grão de mostarda, oferecendo celebrações com cultos diferenciados repleto das intermináveis campanhas de obras ao gosto e necessidade dos fregueses.

 

O que esperar de uma realidade assim tão tacanha que faz das promessas de Deus e da economia da salvação um negócio lucrativo?