A análise sintáctica do texto constitui o primeiro passo indispensável para compreendermos a distribuição e a delimitação dum texto. O pano textual onde encontramos a tecidas palavras, sintagmas, preposições e frases constituem o fundamento estrutural da comunicação, graças ao qual é possível determinar o significado e a função do texto. Daí a atenção específica prestada ao léxico, às partes e formas do discurso, ao encadeamento das palavras e frases, das notas dominantes do estilo e da constituição e estrutura do texto que o autor se serve para dar ao texto uma sistematização orgânica. Pois a comunicação é entendida não como uma um somatório de frases isoladas formadas, mas como uma unidade mais ampla e superior à qual chamamos texto.

Deste modo entendemos o texto como o espaço onde a mensagem do Evangelho se verbaliza através dum conjunto bem ordenado de sinais formais orientados por leis combinatórias internas. Por isso o significado e os modelos de acção que decorrem dos próprios sinais e combinações sintácticas seleccionados pelo autor inviabilizam leituras precipitadas e forçadas do texto.

A semântica debruça-se sobre a análise do conteúdo noético e conceptual no interior do texto e da sua relação com a realidade externa a que se refere. Constitui, por isso, um passo metodológico delicado uma vez que indaga o campo complexo que esclarece o significado e o sentido das expressões linguísticas.

Assim por meio do estudo semântico procuramos compreender significado dos sinais e sequências de sinais linguísticos, ou seja, das relações entre a forma dos sinais e o conteúdo dos mesmos nas palavras, nas frase e no texto propriamente dito. Um estudo que compreende progressivamente a semântica do texto e análise narrativa.

Por último, a pragmática analisa os níveis de influência, decorrentes do processo narrativo, que recaem sobre o leitor de modo a que o texto realize a sua função comunicativa e alcance os seus objectivos de influenciar decisivamente o leitor. Esta influência realiza-se no decorrer do discurso narrativo através das sugestões do autor que conduzem o leitor a identificar-se com determinadas personagens e acontecimentos do texto. Este processo de identificação concretiza-se a partir da própria maneira de narrar (sintáctica) e do significado (semântica) que o autor confere ao texto.

Neste sentido a pragmática lança o seu olhar para o diálogo com o texto e procura transportar todo o seu vigor evangélico, e concretamente a proposta de Jesus, para a experiência pessoal do leitor crente de tal modo que se estabeleça uma tensão dialogal positiva entre o texto passado e o texto presente, ganhando este uma nova vitalidade cada vez que se estabelece uma inter-relação entre leitores diferentes. O seu objectivo principal é o de conservar a própria mensagem de Jesus em tudo aquilo que ela tem de vital. Processo contínuo que permite uma actualização e inculturação do Evangelho nos diferentes mundividências de cada leitor.

Em resumo, estes três momentos de análise constituem olhares específicos e complementares sobre o mesmo objecto disciplinar: o texto. A sintáctica entende a análise dos signos em relação aos outros signos, a semântica em relação aos significados e a pragmática em relação ao uso que o autor lhe confere diante do leitor.