Pastores, padres ou outros íderes religiosos, tais como temos hoje, não existiam no tempo bíblico. Os sacerdotes do Antigo Testamento vinham de uma classe e o seu encargo não derivava da vocação, característica que supomos estar à base da liderança religiosa de hoje. No tempo de Cristo, como também antes dele, imperava uma sociedade liderada pelos homens e pouco espaço tinham as mulheres. Raras excessões são encontradas na Bíblia, tais como Débora, comparada aos juízes, Ana, a mãe de Samuel, Rute e Maria, mãe de Jesus.

Jesus deu muito espaço às mulheres, sendo a Madalena a primeira testemunha do evento central do cristianismo, que é a ressurreição. E também na igreja nascente as mulheres, às vezes, foram protagonistas: lídia, Dorcas, Prisila, Lóide e Eunice.

Diaconisas

Muito se diz sobre a passagem de Romanos 16,1-2, quando Paulo manda um abraço para os cristãos da cidade eterna e menciona uma "diaconisa".

Recomendo a vocês nossa irmã Febe, diaconisa da igreja de Cencréia. Recebam-na no Senhor, como convém a cristãos. Dêem a ela toda a ajuda que precisar, pois ela tem ajudado muita gente e a mim também.

Não sabemos que papel tinham mulheres scomo Febe. Um documento encontrado na Síria, de cerca de 200 anos mais recente do que a Carta de Paulo, diz:

A diaconisa não bendiz e não realiza nada daquilo que fazem os presbíteros e os diáconos, mas vigia as portas e acompanha os presbíteros durante o batismo das mulheres, por razões de decência" (Síria, 380 d.C.).

Concluindo

É impossível encontrar uma prática difundida do papel protagonista da mulher em tempos bíblicos. A sociedade de então era muito machista e havia pouco espaço para elas, exceto para mulheres extraordinárias que se impunham e superavam a própria época histórica. 

Em Jesus vemos uma abertura que não é comum para aquela época (Jesus e a Samaritana, Jesus e a Madalena, etc). Esse exemplo de Cristo deve nos inspirar e fazer com que os homens, que são predominantes no papel de liderança das igrejas, abram espaço para as mulheres, não só inserindo-as em ambientes de serviço, mas naquele da condução das comunidades.