Existe um livro com o título “The Bible and Flying Saucers”  (“A Bíblia e os Discos Voadores”) de um pastor presbiteriano dos Estados Unidos que pretende divulgar o tema "ufologia na Bíblia". Ele parte de Hebreus 13,2:

Não vos esqueçais da hospitalidade, porque graças a ela alguns, sem saber, acolheram anjos.

Ao mesmo tempo, recorre a outras imagens bíblicas como a visão de Ezequiel contada em 1,4-5:

Eu vi o seguinte: Do lado norte soprava um forte vento. Foi então que eu vi uma grande nuvem e um turbilhão de fogo. Havia claridade em torno da nuvem e, no centro, um brilho faiscante, bem no meio do fogo. 5 Do meio da nuvem surgiu algo parecido com quatro animais, e cada um lembrava também uma forma humana.

Não pude ler o livro que mencionei no início, mas é evidente que são ideias fictícias, sem fundamentos, que não podem ser defendidas. Há coisas na Bíblia que são difíceis de ser explicada, mas não podemos tirar do chapeu uma lógica para elas. Por exemplo, em Hebreus, na passagem mencionada, é evidente que o autor tem em mente os anjos que visitaram Abraão em Gênesis 18, no carvalho de Mambre, quando Deus se faz presente quando três homens visitam e são acolhidos pelo Patriarca. Não há, obviamente nenhuma alusão aos ETs.

Tais ideias exóticas sobre a relação entre a Bíbia e ufologia não devem ser defendidas por quem acredita na presença do Senhor. Isso porém não significa excluir a possibilidade de vida fora da terra. Cabe à ciência elucidar essa questão e eventualmente acolhermos as evidências encontradas. Esse processo é plausível para nós cristãos. Por exemplo, até poucos séculos atrás a humanidade, sobretudo o cristianismo, tinha certeza que a terra era o centro de tudo, que os astros giravam em volta dela. Hoje ninguém tem dúvidas que isso não é assim, pois damos voltas em torno do sol. Não foram os religiosos que descobriram isso, mas a ciência. E hoje toda religião aceita essa descoberta. Assim será eventualmente também com a vida extra-terrestre.