Evandro, a bênção de Deus não tem nada a ver com o dízimo; Deus não precisa dele para lhe abençoar. Você tem a graça dEle independente de suas ações. Por outro lado, é verdade que as suas ações demonstram se você está seguindo ou não os passos da vontade divina. É nesse sentido que se diz que a fé sem obras é morta, demonstra que não é verdadeira.

É muito importante deixar de pensar que a religião é como um mercado, onde eu, com uma moeda, compro a benevolência de Deus. Você não pode comprar a "simpatia" de Deus, pois Ele é imutável e tudo aquilo que fazemos não muda a sua natureza. De fato, a Bíblia sublinha como ele faz chover sobre bons e maus, pois para Ele todos são seus filhos, iguais. As pessoas são diferentes a partir da escolha que fazem, de aceitar ou não a proposta divina. Alguém que abraça a Palavra e segue os ensinamentos divinos se comporta de certa maneira, mesmo se a sua vida é desgraçada. Alguém que está mal na vida não significa que está longe de Deus e|ou Deus longe dele. Trata-se simplesmente de consequências das escolhas feitas pela humanidade. De fato, sozinhos não existimos e é impossível isoladamente condicionar de maneira absoluta a própria vida.

Diante disso, como se compartar com o dízimo? Quando Jesus chamou de hipócritas aqueles que eram muito fiscais nas questões do dízimo, não disse para eles que era errado pagar o dízimo (Lucas 11,42). Disse apenas que não se trata de algo mágico, isolado do comportamento: alguém que paga o dízimo deve igualmente seguir vivendo a justiça e o amor de Deus.

Pagar ou não o dízimo é uma questão comunitária. O que se faz com o dízimo que você dá? Existe transparência, existe necessidades na comunidade? É feito bom uso do seu dinheiro? O seu dinheiro ajuda ao pobre ou o pastor rico? Se você tem consciência de tudo isso, faça a sua contribuição, sem necessidade de ser fiscal. Se você tem dificuldades econômicas, deixe de lado o pagamento do dízimo.

Deus dá sempre a sua bênção, a todos, sem distinção. Temos a liberdade de acolhê-la ou não.