No ano passado foi encontrada, na região costeira de Israel, onde segundo a Bíblia viviam os filisteus, um pedaço de cerâmica, ostracon, com uma inscrição muito significativa. Primeiro de tudo o objeto arqueológico encontrado em Tell es-Safi revela as origens de uma escritura particular, pois contém uma inscrição em uma das mais antigas formas de escritura silábica conhecida, chamada proto-cananéia ou proto-sinaítica, ou seja, um sistema linear consonantico inventado no Levante Sul por populações de língua semítica, que será usada pelos fenícios por volta do ano 1000 a.C.

Embora alguns queiram datar a cerâmica por volta do século XVII a.C., o arqueólogo Aren Maeir diz, que encontrou o objeto num extrato do Ferro II A, isto é, numa camada do terreno que reconduz ao X ou IX século a.C. Portanto o ostracon é a inscrição de escritura canaítica com a data mais exata que se conhece.

A cerâmica, típica filistéia, transcrive 2 nomes filisteus, indo-europeus, que, transcrevendo, seriam assim lidos: �??LWT e WLT. Aquilo que chamou mais a atenção dos arqueólogos é o primeiro nome �??LWT, que na foto pode ser visto da direita à esquerda, apresenta uma semelhança ortográfica com aquele de Golias (GLYT), que a Bíblia teria convertido em letras hebraícas por volta do V século antes de Cristo. Golias é o gigante filisteu que o jovem Davi, futuro rei de Israel, derrota com uma fundada (1Sm 17,4-50), dando ao seu povo uma vitória inesperada.

A ajuda que essa descoberda dá ao estudo bíblico é que as narraçães bíblicas do reino de Davi fariam de fato referência a um contexto culturual autêntico. Porém é claro que a prova de um contexto cultural autêntico não significa automaticamente a prova da existência histórica de Davi e Golias. Além do mais os arqueólogos precisam explicar como um alef do nome cananeu se transforme num g em hebraico e como um w se transforma em y.