É uma pergunta muito comum de algumas pessoas que começam a se aproximar da Palavra de Deus. Mas é uma preocupação desnecessária. Ela, na verdade, nasce como fruto de uma certa informação sensasionalista, que sabe que existe grande sintonia de certas pessoas com a Bíblia e que, insinuando alguma coisa de escandaloso, vai provocar emoção e atrair para si um público grande. O pior é quanto tal atitude é suscitada também por pessoas que lidam com a Bíblia, como pastores e líderes comunitários. Se você ouve alguém da sua comunidade falar assim, não dê ouvidos e comece a duvidar das suas intenções e da verdade daquilo que diz.

Mas é óbvio que tal posição precisa de argumentos que a combatam. Vamos lá!

 

Bíblia livro vivo

A Bíblia não nasceu do dia para a noite. É uma pequena biblioteca, reunida no decurso de alguns séculos, escrita aos poucos, durante um período de cerca 1000 anos. Em relação ao Antigo Testamento, há uma disputa muito grande entre alguns grupos de cristãos e outros. Alguns se apoiam na Bíblia Hebraica, que aceita apenas livros escritos em hebraico. Daí resulta o fato de que algumas bíblias têm 7 livros a menos do que outras bíblias (veja várias respostas sobre esse tema). No tempo de Cristo, sobre esses 7 livros existia um grande debate, resolvido apenas 50 anos depois da morte de Cristo por parte dos judeus, que decidiram considerá-los como não inspirados. Os cristão, todavia, os usavam como inspirados e continuaram fazendo assim por mais de um milênio, até a disputa do Concílio de Trento. Lutero, na verdade, não os excluiu da sua Bíblia, mas disse que não eram muito importantes, mas os colocou na primeira bíblia protestante. Em seguida, esses livros foram excluídos das bíblias protestantes, mas continuaram naquelas católicas e de outras confirssões cristãs. Essa é a grande diferença que existe entre as bíblias cristãs.

Também sobre o Novo Testamento, embora pouco se fala, houveram muitas disputas sobre quais livros deveriam pertencer ou não à Bíblia. Os livros do Apocalipse e a Carta aos Hebreus, por exemplo, entraram na Bíblia com muito custo, mas sobre eles, sobre o fato que tenham sido inspirados por Deus, hoje ninguém põe nenhuma dúvida.

Há outro fato que pode ser considerado como "mudança" na Bíblia. São as traduções! Algumas teorias dizem que todo tradutor é um traidor. Não acredito nisso, mas é possível julgar as traduções: algumas são melhores do que as outras.

A Bíblia não foi escrita em português, mas em hebraico, poucos textos em aramaico e em grego. Verter o texto dessas línguas antigas para o português não é coisa fácil. Estaremos sempre a mercês de pessoas que fazem esse trabalho, pois o que temos em nossas mãos não é o texto tal e qual saiu do autor bíblico, mas "interpretado", muitas vezes bem e outras não tanto, pelo tradutor.

É importante que saibamos que o esforço dos tradutores é enorme. São pessoas espertas que se dedicam dia e noite a essa tarefa. Hoje a maioria das traduções são feitas por equipes de estudiosos e o texto final revisto muitas vezes. Cada vez é mais difícil ter em mãos textos mal traduzidos. É claro que é importante comprar uma boa versão da Bíblia. Para tanto, é importante saber quem a traduziu, ler a introdução da sua bíblia ou a apresentação, que se encontram nas primeiras páginas do volume que você tem. Se nada consta, duvide um pouco do valor do texto. Traduções antigas são livres de direitos autorais e por isso todos podem publicar sem ter que pagar quem fez o trabalho, enquanto que traduções recentes custam mais caro. Quanto mais antiga é a tradução, mas provável que tenha erros. As traduções feitas hoje são mais confiáveis e muito mais sérias.