Lendo os Evangelhos, centrando o nosso foco no apóstolo Pedro, vemos que ele é central na primeira experiência cristã. É chamado a "confirmar" os irmãos na fé (Lucas 22,32). Ao mesmo tempo nos deparamos várias vezes com a sua fraqueza. Trata-se de uma situação pela qual passa todo mundo que segue o Mestre. Poderíamos resumi-la como sendo uma situação de dúvida.

Pedro é uma pessoa sem convicção e na narração evangélica transparece uma adesão gradual ao mestre, que mais de uma vez chama a sua atenção sobre a sua incerteza: "homem de pouca fé, por que duvidaste?" (Mateus 14,31; 8,26; 6,30).

É uma situação humana e, poderíamos dizer, legítima. Faz parte naturalmente do processo de conhecimento humano e também da lógica da revelação, que conta com a ajuda indispensável da graça, que faz com que o aspecto inteletivo humano limitado seja superado. De fato, uma luz divina vence a dúvida tipicamente humana materializada em Pedro. E produz a confissão e a fé em Deus Messias que se revela em Jesus: "Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo" (Mateus 16,16).

Outra fraqueza de Pedro é o medo. Também ele é uma coisa comum em nós cristãos. A vocação de Cristo é tão desafiadora, que não dá retribuições consideradas como tal pela sociedade capitalista, é sobre as pressões do ambiente em que vivemos que é natural que nasça nos corações dos seguidores de Cristo o medo dos riscos inevitáveis de quem segue o cristianismo. Mas Jesus chama a atenção dos apóstolos, assim como também a nossa: "Por que tendes medo, homens fracos na fé?" (Mateus 8,26).

A fraqueza de Pedro mais conhecida é aquela descrita no episódio do canto do galo, durante a paixão de Cristo. Ele negou, por 3 vezes, que era discípulo de Cristo. Ele queria se esconder, misturar-se com o povo que não se importava do destino de Cristo, conformando-se à situação, fugindo das consequências da sua devoção a Cristo. É uma situação que todos nós enfrentamos, quando nos subtraímos ao compromissão de todo cristão, misturando-nos com as pessoas "normais", com o ambiente que desconhece os ensinamentos de Jesus.

Concluindo

As fraquezas de Pedro são as fraquezas de todos os cristãos. Pedro não é uma pessoa diferente; é um discípulo como somos nós. O importante é ter consciência dos próprios limites, ouvir o canto do galo e reconhecer a fraqueza.

Nossas fraquezas se misturam com a profissão de fé. Também em Pedro: como negou Cristo 3 vezes, por bem 3 vezes declarou seu amor por ele, pela sua mensagem: "Senhor, tu sabes que ti amo"!