Sem dúvida, todo mundo deve começar pela leitura direta do texto sagrado. É isso que nos faz adminirar, amar e viver a Palavra de Deus. Particularmente não aconselho a leitura da Bíblia do início até o fim, mas é melhor começar com alguns livros narrativos e, devagarinho, entrar em livros mais teológicos e mais difíceis. Siga os conselhos dados nesse link.

A simples leitura do texto já é um passo importante e todos podem tirar dele lições para a própria vida. Contudo é essencial ter consciência que uma leitura assim tem seus limites. Esses limites são causados pela distância que existe entre o texto e nós: o texto bíblico que estaremos lendo tem ao menos 2000 anos de idade e o seu contexto é totalmente diferente do nosso. É claro que é sempre palavra de Deus, mas Deus se serviu de mãos humanas, se serviu de um contexto determinado e, muitas vezes, a revelação se submite aos limites desse contexto. É por isso que é importante também estudar para entender bem a mensagem bíblica.

Há vários níveis de estudo. Alguns, como nós, fazem estudos acadêmicos, dedicando anos da própria vida ao estudo universitário. Outros leem comentários e introduções. Outros ainda participam de cursos oferecidos pelas próprias comunidades as quais pertencem. Depende muito do nível que se quer alcançar. Alguém, por exemplo, que deseja seguir, como líder, uma comunidade, não pode deixar de fazer cursos de formação. Invés, se sou um participante da comunidade, pode ser que baste o interesse de buscar informações e leituras introdutórias.

Muitas vezes pode ajudar muito ter uma boa versão da Bíblia. Há bíblias que trazem somente o texto, sem nenhuma nota e/ou introdução. Para alguém que quer aprender, essas edições não são recomendáveis. Procure uma Bíblia cheia de notas e introduções e, quando lê o texto, leia também essas introduções. Aconselho muito a Tradução Ecumênica da Bíblia (TEB) ou a Bíblia de Jerusalém.

Uma atitude fundamental é ter certeza que estamos diante de um texto elaborado, complexo, que transmite muito mais do que aquilo que aparentemente vemos. Não conseguimos ser "donos" do texto; outros têm muito a dizer sobre ele e nós muito a aprender.