O raciocínio que você exprime é muito inocente e sinceramente espero que não influencie a ninguém. Você junta dois pedaços e prentende construir um todo, que em princípio não tem nenhum nexo com os dois pedaços. De qualquer forma, a sua reflexão sublinha a questão tão comum aqui no site sobre o nome de Jesus.

Vamos com ordem...

A letra "J"

Em hebraico essa letra não existe. E no latim apareceu só muito tarde, simplesmente como uma variação do "i". De fato, em latim, Jesus se diz "IESUS". Não é uma letra muito previlegiada, tanto que não é usada, junto com o "q", na tabela dos elementos químicos.

Em relação à origem dessa letra, ela vem do YOD, a décima letra do alfateto hebraico (no alfabeto mais antigo, o fenício, é yodh). Em grego temos o iota.

Não achei nenhuma relação do "j" com "mão", como você diz na sua argumentação. É verdade que mão, em hebraico, começa com yod, mas é composto também pela letra "d", e nada mais do que isso.

SUS

Essa, na sua argumentação, é a segunda parte do nome Je-SUS. A primeira você definiu como "mão", sem nenhum fundamento, e a segunda você insinua ser "porco".

Em latim, normalmente porco é "porcus", da segunda declinação. Existe, é verdade, também o vocábulo "sus (sui)", da terceira declinação, de onde vem "suíno". Mas dessa constatação até chegar a afirmar  que usar a palavra JE-SUS significa uma evocação de "porco" tem uma distância astronômica.

 

O nome de Jesus

O cerne da sua questão é se é correto chamar o Filho de Deus com o nome de Jesus ou se deveríamos preservar o nome tal como era pronunciado pelos seus contemporâneos lá na Palestina.

Jesus é a versão portuguesa do nome aramaico Yešu'. Aramaico foi a língua que Jesus falou e os seus contemporâneos, na Palestina, com esse nome o chamavam. Por sua vez, Yešu' é a tradução aramaica do nome hebraico יהושע , cuja pronúncia é Yĕhošūa‘, que normalmente traduzimos como Josué. Portanto, o nome “Jesus” é a tradução aramaica do nome hebraico “Josué”.

O Novo Testamento, escrito em grego, chama Jesus de Ιησους (Iēsoûs). O latim, língua na qual foi lida a Bíblia durente séculos, traduziu Jesus como Iesus. Daí deriva o português Jesus.

Verter os nomes nas próprias línguas sempre foi um problema para os tradutores. Quando um romance escrito em inglês fala de um personagem chamado James, o tradutor tem que traduzir para "tiago" (James é igual a Tiago) ou deixar James?. Meu nome é Luiz, mas vivendo na Itália deveria ser traduzido par Luigi, invés,  não, continua a me chamar Luiz...

Em relação a nomes históricos, invés, é praxe usar a tradução dos nomes. Isso não representa nenhum problema. O mesmo vale para o nome de Cristo. Não importa se o chamarmos Jesus, Yesu ou Joshua: é sempre Jesus, o filho de Deus, que se incarnou para nós.