Esta expressão   "Meu pai, meu pai, carro e cavalaria de Israel" aparece só duas vezes na Bíblia (2Rs 2,12 e 2Rs 13,14). No primeiro caso se trata de Elias que foi arrebatado ao céu, em outras palavras foi para Deus (ou seja, morreu) e seu discípulo, quando percebe que seu mestre já não está mais com ele, grita: “Meu pai, meu pai, carro e cavalaria de Israel”. No segundo caso o contexto é bem parecido, veja: “Estando Eliseu padecendo da enfermidade de que havia de morrer, Joás, rei de Israel, desceu a visitá-lo, chorou sobre ele e disse: Meu pai, meu pai! Carro e cavalaria de Israel” (2Rs 13,14).

Em primeiro lugar queremos afirmar que Elias e Eliseu foram os maiores Mestres de Israel na área da teologia, da transmissão da Palavra Deus, da Lei de Moisés, da Torá. Os dois são chamados de “profetas” mesmo que não haja um livro dedicado a cada um deles.  

Vejamos o significado de “meu pai, meu pai”. Para compreendermos bem esta expressão devemos ir ao Livro dos Provérbios onde encontramos muitas vezes a expressão “meu filho”. Ex.: Pro 1,10; 2,1; 3,1; 4,20 etc. Aquele que ensina (Mestre) chama a seus alunos (discípulos) de meu filho. A relação que se estabelece entre eles é de pai e filho. Os mestres, educadores da fé devem ser venerados como pai e mãe, pois estes dão a vida física, aqueles dão a vida que vem de Deus. Da mesma forma que não recebemos a vida senão através dos pais, assim também, não podemos receber a Palavra de Deus sem os sábios que a transmitem. Daí a necessidade de formar novos discípulos para não quebrar a cadeia da transmissão.

E a expressão “carro e cavalaria de Israel”? É reconhecer que no “profeta”, homem de Deus, está a força de Israel. A força do povo.