Jerusalém (em hebraico = "Deus a guardará" | em árabe (al-Quds) = "a santa" | em origem = "fundação do deus Salem") é uma Cidade muito antiga e protagonista nas narrações da Bíblia. É a cidade onde Abraão deu o dízimo a Melquisedeque, a cidade de Davi, a capital de Judá, o lugar onde Cristo foi crucificado e ressuscitou, onde o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos e esperamos, com confiança, a Nova Jerusalém.

Em Salmos 135,21 se diz que Deus mora em Jerusalém:

Que Iahweh seja bendido desde Sião, ele que habita em Jerusalém!

Devido à sua importância, foi sempre motivo de muitas intrigas e alvo de guerras. É  nesse contexto que acontecem as destruições que você menciona.

Cidade destruída por Nabucodonossor (587 antes de Cristo)

Essa destruição aconteceu por mãos do rei da Babilônia, Nabucodonosor, quando Sedecias era rei de Judá. A história é contada por 2Reis 25, 2Crônicas 36 e Jeremias 52. Jerusalém, já sob o domínio da Babilônia há alguns anos, se rebela e é invadida, destruída junto com o seu templo e uma grande parte da população levada em exílio para a Babilônia.

Profetas importantes que nos ajudam a interpretar a história da destruição de Jerusalém são Jeremias, Habacuc e Ezequiel. Habacuc se interrogava como era possível que os babiloneses pudessem derrotar o povo eleito. Ezequiel foi um dos deportados em Babilônia, mas anunciou a queda das nações inimigas de Judá, infundindo grande esperança no povo deportado.

Jeremias foi o profeta que admoestou de forma eloquente Jerusalém, anunciando que ela seria tomada e os habitantes levados em exílio. Mas ao mesmo tempo profetizou o retorno. Depois da destruição da cidade, foi levado para o Egito.

Destruição de Jerusalém por Roma (ano 70 depois de Cristo)

Essa destruição não é contada pela Bíblia, mas é um episódio importante da história. Por ocasião da primeira revolda dos judeus, quando toda a região era sob o controle do império romano, a cidade foi sitiada e destruída por Tito. O templo foi definitivamente destruído e nunca mais reconstruído.

Como ler esses fatos

Deus não destruiu a cidade de Jerusalém. Não é Deus que faz o mal, mas são as escolhas humunas, as decisões que tomamos que nos conduzem às destruições e aos fatos negativos. Assim foi com Jerusalém, destruídas pela ganância de imperadores. O mal não é vontade de Deus, que é sumo bem.

Sobretudo em relação à primeira destruição, nos ajuda muito a leitura do profeta Jeremias. Ele viveu o drama da destruição e perguntava a Deus: "por que a minha dor é contínua?" (15,18). Para o profeta, esse sofrimento purificou a sua alma e lhe abriu ao contato com Deus. Essa experiência pessoal é a mesma pela qual deve passar Israel. E nisso estava a mão de Deus: do sofrimento provocado pela destruição e pelo exílio pode vir um novo Israel, um povo renovado com uma nova aliança (Jeremias 31,31-34). Portanto a desgraça não vem de Deus, mas quem com Ele caminha pode se fortalecer nesses momentos.