Trata-se de uma parábola contada por Jesus, chamada parábola dos vinhateiros homicidas. Jesus inventa uma história, como é típico das parábolas, em que um proprietário de uma plantação de uvas arrenda seu terreno a agricultores. Na época da colheira, o proprietário quer receber a parte sua. Primeiro manda servos para pegar o que lhe cabe, mas esses são maltratados pelos arrendatários, que não lhes dão nada. Por fim manda o seu próprio filho, pensando que o respeitariam. Invés a esse os agricultores matam, desejando tomar a herança que pertencia a ele, querendo tomar a vinha. Jesus então conclui dizendo que aquele proprietário destruirá os vinhateiros e dará a vinha a outros.

Essa é a trama da história, fácil de ser entendida. Como em toda parábola, é necessário ir além da própria trama, entender os destinatários e ver o que Jesus queria transmitir a eles.

Lendo no início do capítulo 20, vemos que Jesus tem uma discussão com os chefes dos sacerdotes, os escribas e os anciãos, enquanto ele ensinava no templo. Esses personagens, que eram tidos como os depositários da religião judaica, os únicos com autoridade para ensinar no Templo, perguntaram a Jesus com qual autoridade ele ensinava a Boa Nova. Jesus não responde à pergunta deles, mas diz essa parábola.

No final da parábola, todos concordam que o proprietário faz bem em dar a vinha a outros, que a curassem melhor. É então que Jesus dá a entender bem o sentido de suas palavras, usando uma passagem do Salmo 118, versículo 22:

A pedra que os edificadores tinham rejeitado, tornou-se a pedra angular.

Os destinatários da parábola são os chefes judeus, que reconhecem, no final do texto (versículo 19), que Jesus está falando deles. Esses chefes representam as pessoas a quem o Senhor confiou a sua vinha. Eles obedecem apenas aparentemente o patrão na missão de administrar fielmente o povo de Deus. Na verdade fazem o próprio interesse e até ão tem nenhum escrúpulo em matar o filho do proprietário, o filho de Deus, Jesus.

Não há dúvidas que Jesus está falando de si mesmo, do fato que está sendo rejeitado pelos chefes do povo judeu e que mais tarde será crucificado. Israel, a vinha como recorda Isaías, é o povo eleito, a quem Deus confia a sua mensagem. Primeiro manda os profetas, servos do Senhor, que são maltratados, e por fim manda o próprio filho, que é assassinado.

Podemos ver na parábola também um apelo feito a nós hoje. Pode acontecer que, como comunidadde cristã, nos transformamos de servos que efetivamente somos em patrões, roubando o lugar do Senhor e não escutando a sua mensagem e não acolhendo o seu próprio filho.