O Exílio Babilônico é um período histórico vivido pelo povo de Israel, cerca de 6 séculos antes que Cristo nascesse. O Reino de Judá, cuja capital era Jerusalém, foi conquistado pelo rei da Babilônia, Nabucodonosor, e os habitantes foram deportados e viveram, por cerca de 50 anos, no exílio, em Babilônia.

Esse fato histórico é contado, na Bíblia, por 2Rs 25 e também por Jeremias 52. Houveram duas deportações. A primeira aconteceu em 598 antes de Cristo. 11 anos mais tarde, em 587, a cidade de Jerusalém, com o seu Templo, foi destruída e houve o segundo grupo, bem maior do que o primeiro, deportado para a Babilônia.

O retorno foi possível graças a Ciro e aconteceu em 538, antes de Cristo.

Além de ser um fato histórico, os profetas leram esse evento como a manifestação divina na história. Eles julgam essa tragédia como fruto do pecado do povo, sobretudo dos governantes, que não souberam obedecer a Lei de Deus. É provável que essa leitura tenha reforçado, se não até fundamentado, a concepção da retribuição: uma ação contrária a Deus traz uma reação divina.

Ezequiel é um dos mais eloquentes em relação ao exílio. Ele foi levado para a Babilônia com o primeiro grupo. No capítulo 21 do seu livro ele anuncia a devastação da cidade de Jerusalém, obra, segundo ele, das mãos divinas, que age através de Nabucodonosor.

Graças às palavras proféticas podemos correr o risco de colocar Deus como protagonista de coisas negativas. Mas a mensagem que nos deve iluminar é que a presença divina na história é constante e que Ele caminha com seu povo, prometendo sempre a libertação que, para os hebreus, chega com Ciro e, para nós cristãos, com a vinda de Jesus.