Olá Lucas Aires de Sousa de Fortuna / MA!

 

Olhando a pergunta, busquei uma forma para respondê-la, coerente e inteligível. Poderiam ser estes sete reis os imperadores romanos. Pensei assim, pois em muitos curso e estudos sobre o apocalipse, que participei e acompanhei como assessor se optou por assim entender. O apocalipse vem em uma época de perseguição dos imperadores romanos as primeiras comunidades cristãs e entendíamos que o apocalipse teria duas partes, na perseguição de Nero 64 d. C. até o capítulo 12 e do capítulo 12 até o final durante a perseguição de Domiciano 96 d.C.

Lendo agora novamente estes escritos dos estudos realizados, e outros livros como fonte de informação vemos que alguns estudiosos, colocam que os sete reis, seriem os demônios que com a ação iníquo perseguiam as comunidades, e os 10 chifres da fera seriam as nações alinhadas a Roma e a seu domínio.

No momento deixo como resposta duas formas para entender quem seria estes 7 reis, mas no final priorizo a primeira.

Os 7 reis: os imperadores do Império Romano como primeira opção

Para os sete reis existem discussões intermináveis. O texto fala em sete colinas de Roma na qual a mulher estaria sentada, e são os sete reis (17,9). Interpretar como sendo Roma, de certa forma é clara até nos detalhes. Existe, entretanto a dificuldade de conciliar a interpretação histórica da lista destes reis. Aparece uma discussão enorme quanto à lista dos imperadores romanos, que na interpretação seriam entendidos como sendo as sete cabeças. As dificuldades aparecem quanto ao início da lista, se começaria com o imperador Julio Cesar ou com o imperador Augusto, os imperadores que governaram por pouco tempo os chamados entre reinos, que são Galba, Otônio, Vitélio, 69 d.C. seriam contados. O último imperador da lista dos sete seria de fato Vespaciano 79 d.C. ou seria o Imperador Nerva 98 d.C.

A descrição do versículo 10 ajuda a complicar bastante quando afirma: “cinco já caíram, um existe, e outro ainda não veio, e quando vier será por pouco temo”, o versículo seguinte nos deixa ainda mais confusos, “quanto a besta que existia e não existe mais, ela é o oitavo (rei), provém dos sete e caminha para a perdição”(Ap 17,11).

Os sete reis interpretados como sete demônios

Também não é impossível interpretar os sete reis, entendidos como sendo as sete cabeças da besta, seriam sete demônios. Poderíamos considerar as sete cabeças representadas por sete colinas de Roma. Quando falamos de monte, evocamos uma entidade espiritual contraria a Deus, do orgulho que se eleva acima dos outros, que atenta para toda a soberania divina. Assim a tradição judaica pensava.

Na antiguidade Hipólito fazendo a interpretação do texto argumenta que as sete cabeças, são os sete reis, símbolo de sete demônios maus, que estão dirigindo sete milênios da história humana. Para Hipólito a chegada do Messias acontece no final do sexto milênio, e o reino messiânico seria inaugurado por Jesus Cristo.

Concluindo:

Colocando na balança esta duas interpretações para entender quem seriam estes sete reis, a primeira constatação que argumentamos adquire mais peso interpretativo, com um maior número de autores. Estes reis seriam os sete imperadores romanos, sendo que o sexto aquele que reina atualmente. Não poderia deixar de aparecer o número sete muito usados por João no Apocalipse, querendo nos dizer pela totalidade dos fatos. Como já foi argumentado no início João não se preocupa com a ordem cronológica dos imperadores romanos. 

Fonte de Consulta:

* Richard, Pablo, Apocalipse, reconstrução da Esperança, Vozes Petropólis, 1996
* Corsini, Eugênio, O apocalipse de São João, Paulinas 1981.
* Aurelia, Comunidad de Guichon, Uruguai, El Apocalipsis: Um libro de Esperanza. 1987.

Vanni, H., Apocalipse, Coleção Pequeno comentário Bíblico, 2 edição,  Paulinas, São Paulo 1984.