Olá Dinalva Oliveira de Lisboa!

 Para nós cristãos que temos profundo respeito aos mortos e enterrar os mortos dignamente é uma obra de misericórdia bem quista por Deus. Ouvir esta passagem do livro dos Números soa muito mal aos nossos ouvidos. O Texto do livro dos  Números assim se apresenta:

“Números 19,11, Aquele que tocar um cadáver, qualquer que seja o morto ficará impuro sete dias; Números 19,13, Todo aquele que tocar um morto, o corpo de alguém que morreu, e não se purificar contamina a Habitação de Iahweh; tal homem será eliminado de Israel, visto que as águas lustrais, não foram aspergidas sobre ele, e está impuro, e a sua impureza ainda permanece nele; Números 19,14 Esta é a lei de um homem que morre numa tenda quem quer que entre na tenda e quem quer que aí se encontre ficará impuro sete dias.”(Números 19,11.13-14) Bíblia de Jerusalém.

Para entender os versículos, que falam da contaminação advinda do contato com os mortos, nos perguntamos pela água lustral (conf. Num 19,13), empregada para purificar as pessoas que adquiriam impurezas. A água lustral era preparada com as cinzas de uma novilha vermelha imolada e queimada fora do acampamento e que servia para apagar a impureza advinda do contato com os mortos. A cor da novilha era avermelhada porque no antigo oriente a cor vermelha tinha  valor profilático. A cor vermelha lembra o sangue, que sustenta a vida e protege contra a morte.

Jesus em sua prática mostra aos fariseus quanto esta lei judaica é contraditória, no milagre da ressurreição do filho da viúva de Naim (Conf. Lc  7,11-17) ele toca no cadáver  (proibido na lei judaica) e dá vida ao jovem morto. Dizendo claramente o que contamina o homem não é aquilo que vem de fora, mas da maldade e do interior do homem de seu coração.

“Depois, aproximando-se, tocou o esquife, e os que carregavam pararam. Disse ele então: Jovem, eu te ordeno, levanta-te”. (Evangelho de Lucas 7, 14)