O Eremitério do Getsêmani, Jerusalém, Israel completa seus primeiros 25 anos.

 Sábado, dia 07 de julho, às 17h, na capela do Eremitério, foi celebrado o Jubileu de Prata daquele jardim que Fr. Giorgio Colombini arrancou do abandono para fazer dele um lugar de oração. A iniciativa em celebrar solenemente os 25 anos de serviço aos Peregrinos de Jerusalém, foi do atual Diretor do Eremitério, Fr. Diego Dalla Gassa. Importante data e ocasião para recordar e agradecer a todos os que trabalharam nesse local.

 

Breve história do Eremitério do Gethsemâni.

 

Foi em 1987, portanto há 25 anos por iniciativa do Padre Giorgio Colombini, falecido em maio de 2009, fazer desse local um ambiente em que se pudesse rezar, em resposta ao convite de Jesus: “Ficai aqui e vigiai comigo” (Mateus 26,38).

A ideia de restituir à Cidade Santa sua identidade sublime, no lugar em que aconteceu a súplica mais profunda a Deus, veio do Padre Colombini, e de seu amigo Don Gianni Tomasi que, precisamente em Jerusalém e no Getsêmani, pensaram em reanimar o jardim em fase de abandono ao lado da Basílica da Agônia e do cemitério dos freis franciscanos que trabalharam na Terra Santa. Situado na encosta do monte das Oliveira, em um belo terreno já repleto de oliveiras.

Lembro muito bem a situação que estava o local em suas origens, quando de estudante junto ao Studium Biblicum Franciscanum e que com frequência, utilizávamos o local para retiros, manhãs de reflexão, confraternização dos estudantes brasileiros residentes em Jerusalém.

Frei Giorgio sempre se queixava das caixas de abelhas que Frei Bissoli ali cuidava, mas que no verão atacavam os peregrinos com picadas e impossibilitavam o trabalho com barulho no jardim pedregoso da encosta do monte das Oliveiras. Muitas vezes causando pânico nos transeuntes e peregrinos. Como tinha sido criador de abelhas, e conhecedor do transporte e transferência de caixas, assumimos a missão junto com Frei Bissoli e o motorista da Kombi da custódia para o transporte das abelhas para o convento situado em Ein Karen. E assim foi feito, uma vez amarrada às caixas e vedadas, pela madrugada antes do sol nascer, carregamos na Kombi e atravessamos a cidade via Jaffa Rood e centro de Jerusalém rumando para Ein Keren, Convento de São João Batista. Justamente no lado oposto ao Monte das Oliveiras.

Certamente estas abelhas ali produziram muito mel para os conventos da Custodia. Frei Giorgio, agradeceu a Deus, e ao nosso trabalho, pois agora com mais facilidade poderia limpar o Jardim do Gethsemâni. Nós, Odalberto, Frei Bissoli e o Motorista, apesar das picadas, cumprimos a missão.

Assim fomos acompanhando o trabalho incansável de Frei Giorgio e seu companheiro e amigo Don Gianni Tomasi, trentino que ali fizeram.

A partir de taperas e casebres em ruínas, na época usados como depósito, de sobras de material da construção da Basílica da Agonia, e materiais arqueológicos da antiga Igreja dos cruzados, recolhidos nos galpões, com ajuda de voluntários vindos de Trento, Itália, Fr. Giorgio ajeitou uma dúzia de ermos: cada um com sua cozinha, banheiro, quarto com cama, mesinha e cadeira, em que se pode permanecer isolado, em meditação.

Assim nasceu o eremitério da Custódia Franciscana da Terra Santa, que se encontra ao lado da atual Basílica do Getsêmani. É lugar de paz; em que se faz deserto ao redor de si, para encontrar-se consigo e com Deus: lugar em que, entre a árvores de Oliveiras e plantas… à vista do vale de Cedron e à vista de Jerusalém, circundada pelos muros… se vive o silêncio da Palavra e se vive o “já, mas o ainda não”… Desde 1987 até hoje, mais de seis mil peregrinos fizeram seu deserto nele, e não cessam de vir pedidos a fim de viver essa experiência forte de oração com a Fraternidade franciscana, já tornada etapa obrigatória.

Nas últimas décadas muitos freis das províncias franciscanas brasileiras, como Danilo, Emilio e atualmente Frei Plácido, prestaram serviços a Basílica da Agonia e através deles o eremitério sempre foi um ponto de retiro, meditação, confraternização da comunidade de estudantes brasileiros em Jerusalém.

O Frei custódio da Terra Santa, Frei Pierbattista Pizzaballa e mais uma centenas de religiosos e leigos estiveram nas comemorações dos 25 anos do eremitágio, o Padre Custódio, em sua fala, concluiu, dizendo: "O Eremitério quer ser oportunidade de vigiar e orar com Ele e possibilidade de descobrir esse dom. Fazê-lo no mesmo lugar é, pois, mais do que dom é graça. Ao final da Lectio Divina, o Custódio benzeu o Eremitério, e seguiu um refresco no jardim.