Continuação da pergunta: Na procissão do adeus em Fátima, por exemplo, não se estará a passar um culto de adoração a Maria, por muito respeito que Maria nos mereça? E adeus por quê? Maria não está sempre connosco? Estão o adeus não estará a ser feito á imagem? Então isso não é idolatria? A imagem é apenas de madeira, nesse caso porque é que se está a dizer adeus a uma escultura? Não estará o catolicismo a fazer o mesmo que fez o povo de Israel no deserto? não terá caído o catolicismo na idolatria sem se dar conta? Muita gente ADORA Nossa Senhora, deixando Cristo para segundo ou mesmo terceiro plano. Ora a culpa só pode ser imputada ao ensino da própria igreja que quando o faz, faz mal, induzindo o povo inocente e ignorante em erro.

Resposta
Jesus veio ao mundo para o conduzir ao Pai. No sentido de realizar a sua missão, Deus serviu-se de mediações para o atrair a si, por exemplo, de gestos, imagens, movimentos, palavras, histórias, pratos, copos, jardins, cruzes, etc. Se a qualidade dessas mediações se pudesse medir, dependeria da sua proximidade a Deus. Nesse sentido, a mãe de Jesus e mãe de Deus é modelo, essencialmente, porque gerou o filho de Deus e partecipou, como ninguém, na geração do seu filho naqueles que o recebem.

Então, como hoje, todos aqueles que vivem de Deus podem, devem e precisam de servir-se de mediações como gestos, imagens, movimentos, palavras, histórias, pratos, copos, jardins, cruzes para chegarem mais perto e fazerem chegar mais perto de Deus. A procissão do Adeus em Fátima serve esse propósito. No entanto, essa procissão, analogamente, como o caminho de Jesus na terra, pode servir aos homens para chegar a Deus ou, paradoxalmente, para o tentar eliminar do mundo. Seguramente como outro qualquer gesto, essa procissão deverá ser autenticamente dada e recebida como uma entre outras mediações que serve o encontro de cada um e da comunidade com Deus.