Olá Aniele.

Os versículos 35-38 do capítulo 22 de Lucas poderíamos intitular como a hora do “embate definitivo”. Ele esta inserido no capítulo que apresenta o confronto final de Jesus em Jerusalém. É o momento crucial de sua vida terrena, enfrentará os poderosos em Jerusalém. É o momento decisivo e por causa de suas atitudes deverá pagar um alto preço. Jesus esta sendo rejeitado, pois anuncia uma nova história para a humanidade, o projeto de uma sociedade totalmente nova, construída pelos marginalizados do atual sistema de morte e opressão. Jesus vai ser traído, preso, condenado morto em cumprimento ao Projeto divino. Mas isto não acontece para confirmar que o projeto novo que ele anuncia seja de morte, opressão e ausência de liberdade. O projeto divino quer vida para todos e liberdade plena.

A descrição deste momento de luta para Jesus, a chegada a Jerusalém, é considerado como final de caminho. Neste final Jesus encontra, dor, traição sofrimento sendo julgado como um fora da Lei, um criminoso e perturbador da ordem estabelecida. O anuncio de Jesus para a missão dos apóstolos ocorrida anteriormente é alegre, animada e compensadora. Aqui aparecem as consequências deste anúncio: perseguição, traição, prisão, sofrimento e morte. Este itinerário de dor que passará Jesus, será o caminho futuro de seus discípulos. O trecho de Lucas diz que chegou a hora da luta. Aparece na narrativa uma espada que tem caráter simbólico, querendo dizer que não existe mais possibilidade de voltar para trás, é necessário enfrentar e resistir.

A caracterização da espada nos leva as palavras de Jesus que afirma em Lc 16,16:

“16 Lei e os Profetas até João! Daí em diante, é anunciada a Boa Nova do Reino de Deus, e todos se esforçam para entrar nele, com violência” (Lc 16,16).

 

As palavras de Jesus falam não em violência que destrói a vida, mas aquela que força a entrada no caminho de uma vida plena para todos. Os discípulos confirmam a total incompreensão nas palavras de Jesus, trazendo duas espadas para Jesus. As mesmas que reproduzem a situação de morte em que viviam. A atitude de Jesus foi à resposta lacônica: “É o suficiente”, melhor entendendo, para mim isto “basta”, com um sorriso irônico. Somente depois da ressurreição de Jesus os discípulos viram o alcance da proposta de Jesus.