O texto que você interroga diz:

Lucas 16,9: E eu vos digo: fazei amigos com o dinheiro da iniqüidade, a fim de que, no dia em que faltar o dinheiro, estes vos recebam nas tendas eternas.

 

Tomado isoladamente, esse versículo não dá para ser entendido, pois pode até parecer uma ordem de Jesus para que se use o "dinheiro da iniquidade". Todavia, seguindo a leitura, fica claro que não é assim. Esses são os versículos que seguem no texto de Lucas:

10: Quem é fiel nas coisas mínimas, é fiel também no muito, e quem é iníquio no mínimo, é iníquo também no muito.
11. Portanto, se não fostes fiéis quanto ao dinheiro iníquo, quem vos confiará o verdadeiro bem?
12. Se não fostes fiéis em relação ao bem alheio, quem vos dará o vosso?
13. Ninguém pode servir a dois senhores: com efeito, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro".

 

As palavras de Jesus, evidentemente, são críticas em relação ao "dinheiro da iniquidade". Ele condena aqueles que o usam e até mesmo insinua um uso pseudo espiritual, para comprar amigos.

O adjetivo dado ao dinheiro é muito importante: é um dinheiro iníqüo. As razões para defini-lo assim podem ser duas: ou quem adquiriu esse dinheiro o fez em modo desonesto ou, de falando em maneira geral, normalmente na origem da riqueza, sobretudo onde existe também a pobreza, existe sempre alguma forma de injustiça.

 

Jesus usa o dinheiro para falar da verdadeira herança que pertence a todos nós: os bens espirituais. Quem não consegue administrar de forma honesta o dinheiro, que para Jesus não tem o mesmo valor dos verdadeiros bens a que o ser humano é destinado, também, provavelmente, não é capaz de ser um bom cristão.

 

A propósito do apego ao dinheiro como dificuldade para a vida cristã, leia também Mateus 6,24.