Olá Marcos! de Duque de Caxias

Segue alguns pensamentos e reflexões a respeito da expressão: "O zelo da tua casa me consumirá”. O fato é relevante na abertura do evangelho de João e nos indica que Jesus vem para colocar em prática o projeto que seu Pai entregou a ele e que deveria ajudar a humanidade a vivê-lo em plenitude.

 

O sentido da expressão de João 2,17, "O zelo da tua casa me consumirá", e muito significativo no conjunto do episódio que aparece no evangelho de João: a expulsão dos vendilhões do templo. O conjunto da perícope que nos narra este fato é conhecida de todos nós sendo descrita por João e sinóticos nestes termo:

 

Jesus ao chegar ao Templo de Jerusalém encontrou uma grande quantidade de vendedores de bois carneiros e pombos junto com os cambistas que ali comercializavam estas mercadorias trocavam as moedas estrangeiras pelo shekel (moeda hebreia) permitida para pagar o dízimo. A narrativa fala que Jesus tomou um chicote e expulsou os comerciantes daquele local considerado como sagrado. Este episódio evidência a atitude de Jesus, pela sua agressividade , “demonstrava o zelo pela casa do Senhor”– Este texto do evangelho de João menciona a narrativa profética das Sagradas Escrituras antevendo o Messias, dizendo “o zelo por tua casa me consumirá” (Jo 2, 17).

 

Situação do templo de Jerusalém:

O Templo de Jerusalém tinha deixado de ser casa de oração e culto sagrado para se tornar um lugar de comércio, venda de animais e de exploração na troca das moedas. As práticas religiosas realizadas no Templo, os sacrifícios diários, pelos pecados tinham perdido seu caráter místico para se tornarem fonte de peso, de exploração e de descriminação entre ricos e pobres. Nesta situação surgiu um comércio explorador e imoral. A atitude de Jesus sem duvidas vem resgatar o verdadeiro sentido do espaço que o Templo tinha para a oração e o encontro com Deus junto com os sacrifícios pelo perdão das culpas e pecados.

 

Atualizando:

O episódio de Jesus com os vendilhões do templo nos convida a não nos transformar em fontes exploradoras dos nossos irmãos, excluindo-os de nosso convívio por serem diferentes de nós. O texto nos convida a transformar nossos corações no Templo sagrado, o santuário, o local por excelência do encontro verdadeiro com o Deus vivo e transformador de nossa vida.

 

O episódio nos interpela a zelar pelas casas do Senhor: uma que está em nosso interior  que é o coração humano, centro dos bons sentimentos; a outra, a comunitária, espaço de encontro com o outro e com o sagrado, para que seja templo vivo do Espírito merecedor de respeito e consideração.