É uma tradição judaica que diz que Isaías teria sido serrado ao meio, depois de ter sido julgado pelo rei de Judá Manassés como incoerente em relação à Lei. Mas na Bíblia não há nada que confirme tal tradição, nascida ao menos 500 anos depois da vida do profeta. A tradição da morte atribuída a Manassés aparece no Talmud da Babilônia (Yevamot 49b - Você pode ler aqui a versão em inglês). Segundo esse escrito, que recolhe o debate dos mestres judeus sobre temas tratados na Mishná, a incoerência de Isaías o teria levado à morte.

Manassés, no julgamento mencionado pelo Talmud, atribui a Isaías coisas que contradizem a Torah. Por exemplo, Êxodo 33,20 diz: "não verás o meu rosto, pois não se pode ver minha face e continuar vivento". Então Manassés diz que Elias foi contra a Torah ao dizer em 6,1: "Vi o Senhor sentado sobre um trono alto e elevado".

Diante dessa acusação, Isaías considerou sem sentido debater e para escapar, diz o Talmud, "pronunciou um nome divino e foi engolido por um cedro. Os servos de Manassés trouxeram o cedro e o serraram pelo meio a fim de matar o profeta. Quando a serra chegou no ponto onde estava sua boca, Isaías morreu. Ele morreu exatamente quando o serrote atingiu este ponto devido ao que ele disse: "vivo no meio de um povo de lábios impuros" (Isaías 6,5). Ele foi punido por se referir ao povo judeu de forma depreciativa."

Apesar dessa tradição, repetimos, a Bíblia não diz nada sobre a morte de Isaía.