A Septuaginta, palavra latina que significa "setenta", é uma tradução do Antigo Testamento para o grego, feita ainda antes do nascimento de Cristo. O Antigo Testamento, que é o livro sagado dos judeus, foi escrito em hebraico. Muitos judeus, alguns séculos antes de Cristo, começaram a perder o contato com a língua hebraica e falavam grego, ficando com dificuldades para a leitura da Bíblia em hebraico. Uma comunidade importante de judeus com essas características vivia no Egito. Foi por isso que se viu a necessidade de traduzir para o grego os livros hebraicos. E assim nasceu a Septuaginta, que também é conhecida com o número romano LXX e dita "Setenta". Nesse link você pode ler mais detalhes. E aqui outras respostas sobre esse tema.

A LXX é um dos elementos que está à base das discussões sobre o número de livros do Antigo Testamento. Em linhas gerais, sabemos que a Bíblia católica tem 7 livros que não estão na Bíblia Protestante. Esses livros são:  Tobias, Judite, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico (ou Sirácide) e Baruc. Esses livros nunca existiram em hebraico, mas nasceram em grego e foram incluídos na Septuaginta. Os judeus não aceitam como livros inspirados obras que não nasceram em hebraico e por isso esses 7 livros, quando os judeus definiram a lista oficial da sua "bíblia", cerca de um século depois de Cristo, foram excluídos da Bíblia Hebraica. Os cristãos, ao invés, o aceitaram, mesmo por que todo o Novo Testamento fora escrito em grego. E assim foi até a Reforma de Lutero, o qual os considerou "não inspirados", mesmo deixando-os no final da sua versão do Antigo Testamento. Hoje os evangélicos não os têm presentes em suas versões (veja aqui muitas outras respostas sobre a diferença entre as versões da Bíblia dos católicos e dos protestantes)