É muito conhecida a história de Gênesis 11, da tentativa dos homens de construir uma grande torre que chegasse até ao Céu. Diante disso, Deus confunde a língua dos homens e, no final, todos são dispersos pela terra afora e a torre não é construída. Sem entrar em detalhes, convido a ler um artigo já presente aqui no site, que ilustra bem esse capítulo bíblico.

Essa história não é um evento real, mas uma construção que procura transmitir uma mensagem bastante clara. E o contexto aonde esse capítulo nasceu é certamente aquele do exílio na Babilônia, onde os judeus viram diferentes línguas e sobretudo as maravilhosas construções e jardins suspensos nos grandes palácios. Nesse sentido, existe muita ironia, pois "babel" é o nome hebraico da cidade principal da civilização babilônica, que se encontrava às margens do Rio Eufrate, atual Iraque e, apesar de todo seu esplendor, não subsiste. Era a cidade que representava a potência que conquista Jerusalém, destroi o Templo e leva os judeus para a Exílio. Esse texto é, portanto, uma crítica também política, contra o poder desse reino.

O nome "Babilônia" provém do acádio bāb-ili(m), que significa "porta (bābu(m)) do deus (ili(m))". Esse conceito nos ajuda a entender a razão dessa história. O ser humano não põe limite à sua ação. Foi esse também o pecado no Jardim do Éden: não respeitou o limite imposto por Deus de não comer do fruto no centro do jardim! Aqui também que entrar na esfera divina, subindo até aos Céus, aonde "mora" Deus. Isso provoca confusão (outra explicação para o nome "Babel") e dispersão. Essa dispersão será "restaurada" só com a vinda de Cristo e do Espírito Santo, no Pentecostes, com o milagre das línguas, quando todos, que falavam diferentes línguas, conseguem entender aquilo que dizem os apóstolos.

Em resposta direta à sua pergunta, diria que o nome dessa torre foi emprestado da cidade da Babilônia, uma criação literaria inspirada por Deus e escrita por mãos humanas, entrando assim na Bíblia.