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Enquanto Israel celebrava o segundo dia do Ano Novo (Rosh Hashanah), visitamos o Museu de Israel, que ficou aberto das 10 até às 16.

Hoje havia poucos carros nas estradas e tudo estava fechado. Inclusive os ônibus não passavam e raramente se via um taxi. Decidimos ir à pé, cerca de 40 minutos de caminhada do nosso hotel. Caminhando pelas ruas de Jerusalém a gente faz algumas observações. Há poucos carros “tecnológicos”, por exemplo, híbridos ou elétricos. Por outro lado, existem muitas bicicletas estranhas, grandes, elétricas... E também desses patinetes; um perigo! Outra coisa que precisaríamos descobrir melhor é a questão do lixo; parece que há pouca consciência ecológica, pois nunca vemos indicações para a separação do lixo ou para a coleta separada.

Voltando ao tema, o museu de Israel fica pertinho do Knesset, que é onde se reúnem os parlamentares israelenses. Foi criado na década de 60 e é um dos mais importantes do mundo. Tem muitas coleções e obviamente não visitamos tudo. Priorizamos a parte arqueológica e principalmente o “Museu do Livro” e a maquete de Jerusalém.

 

Manuscritos do Mar Morto

Uma seção do museu, com uma construção dedicada e com um estilo muito particular é dita “Shrine of the Book”, que poderíamos traduzir como “Santuário do Livro”. É o local dedicado aos Manuscritos do Mar Morto, muitos dos quais estão nesse museu. Esses manuscritos foram encontrados em Qumran, às margens do Mar Morto na década de 50. Faziam parte da biblioteca dos essênios, que era uma seita dos judeus, que desprezou o culto oficial que se fazia no Templo de Jerusalém e se retirou no deserto, vivendo uma vida de penitência, em comunidade e de maneira ascética.

A parte externa do museu é caracterizada pela cúpula branca, com jatos de água que a “irrigam”. A cúpula branca lembra que os essênios se definiam “filhos da luz”, em oposição aos judeus que ficaram em Jerusalém. A água recorda os rituais de purificação, que caracterizavam a vida diária em Qumran.

Entrando no museu, se percorre um túnel onde se encontram diversos objetos da vida quotidiana dos essênios. No final desse túnel se entra em uma sala que se assemelha ao interior de uma grande jarra. Muitos manuscritos foram encontrados dentro de jarras. Nessa sala há ao centro uma cópia do Rótulo de Isaías, um dos principais manuscritos inteiros encontrados em Qumran. Além dessa cópia, há várias vitrines que expõem outros manuscritos originais. Num patamar inferior dedicou-se toda uma área ao Código de Alepo, que é um manuscrito muito importante da Bíblia Hebraica, trazido da Síria na metade do século passado.

 

Maquete de Jerusalém

Outra coisa muito interessante e importante que se encontra dentro do museu é a maquete da cidade de Jerusalém conforme era no período do Segundo Templo, isto é, da volta do Exílio até a destruição da cidade pelos Romanos, em 72 depois de Cristo. Essa maquete estava no “Holy Land Hotel” e eu lá a vi várias vezes. Em 2006 foi trazida para o museu, que criou um espaço ao lado do Santuário do Livro. É uma coisa muito grande, na escala 1/50, e ocupa cerca de 1 quilômetro quadrado. É uma obra didática muito interessante, mostrando o Templo e os vários muros que foram construídos durante os diferentes períodos. Fica evidente, por exemplo, come o Santo Sepulcro ficava logo fora dos muros da cidade.

 

Mosteiro da Cruz

Um santuário que fica próximo do Museu de Israel é a igreja dos gregos ortodoxos dita da Santa Cruz. Esse nome se liga a lendas que dizem que nesse local se encontrava a árvore que serviu de madeira para a construção da cruz na qual Cristo foi crucificado. A mais famosa dessas lendas diz que Adão recebeu um ramo da árvore da vida do paraíso e quando foi sepultado, nesse local, tinha em sua mão esse ramo. E desse ramo nasceu a árvore que depois foi o lenho da cruz.

Não foi possível visitar esse mosteiro. Mas todas as informações dizem que vale a pena. Aliás, aqui tem sempre coisas novas para ver e é bom deixar para trás alguma coisa e assim cresce a ânsia de voltar.