Visitar a terra santa é uma chance única para conhecer também várias realidade religiosas que dominam sobretudo o mundo ocidental: as três religiões monoteístas. Essas religiões são o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. São ditas “monoteístas” porque todas elas acreditam em um único Deus, embora cada um o entenda de maneira substancialmente diferente.

São também chamadas “religiões do livro”, pois fundam os próprios princípios em livros sagrados: a Bíblia e o Alcorão (ou Corão). Esse último é o livro sagrado dos muçulmanos, enquanto que a Bíblia está à base dos princípios judeus (Antigo Testamento) e daqueles cristãos (Antigo e Novo Testamento).

 

Os judeus

Os judeus têm a Torá, entendida sobretudo como os 5 primeiros livros da Bíblia, como ensinamento fundante da própria fé. Ao lado desses livros estão os outros livros o Antigo Testamento escritos em hebraico. Além da tradição escrita, de fundamental importância para os preceitos dos judeus são os ensinamentos da tradição oral, os ensinamentos dos rabinos que foram recolhidos em livros fundamentais, tais como a Mishná e o Talmude, mas não só.

Entre os judeus existem várias correntes e tradições religiosas, tais como os judeus ortodoxos, o judaísmo conservador, reformista e até o sionismo (mais política do que religião).

Existem três princípios que norteiam a vida de um judeu, que podem ser sintetizados com três palavras hebraicas: teshuvá (arrependimento, retorno, conversão), tefilá (oração, ligação com Deus) e tsedacá (caridade, justiça, doação).

Depois da destruição do Templo, 70 anos depois de Cristo, os judeus se reúnem em sinagogas para suas liturgias e principais festas. O muro das lamentações (corretamente “Muro Ocidental”) é um dos pontos centrais de encontro religioso dos judeus, em Jerusalém.

Os judeus são cerca de 14 milhões de pessoas em todo o mundo. A maioria deles vive nos Estados Unidos e em Israel.

 

Cristianismo

O Cristianismo nasceu do judaísmo. Há algumas décadas existe um movimento de diálogo entre judeus e cristãos cujo o culmine é a expressão do Papa João Paulo II que chamou os judeus de “Irmãos Maiores na fé” para os cristãos. Isso não significa que as duas religiões sejam iguais.

Também os cristãos centram a própria fé nos ensinamentos bíblicos, tanto naqueles do Antigo quanto do Novo Testamento. Obviamente, Jesus é a revelação suprema de Deus, o seu filho, que veio ao mundo para se revelar e nos conduzir até à vida eterna, resgatando-nos da nossa falência e incapacidade de nos realizar. Jesus é o Messias, personagem esperado também pelos judeus, mas não reconhecido como tal por eles.

No curso dos séculos, divisões internas fizeram nascer diferentes correntes de cristãos. As principais divisões foram aquelas entre o ocidente (católicos) e o oriente (ortodoxos), no final do primeiro milênio, e a Reforma, no século XVI, protagonizada por Lutero.

 

Islamismo

Os muçulmanos acreditam também em um único Deus, a quem dão o nome de Alá. Protagonista do nascimento dessa religião é Maomé, que viveu cerca de 600 anos depois de Cristo, tendo nascido em Meca e morrido em Medina, na Arábia Saudita.

O Corão é o livro sagrado do Islã. Os muçulmanos creem que nesse livro está a palavra literal de Deus revelada ao profeta Maomé (Muhammad) ao longo de um período de vinte e três anos.

Depois de Meca e Medina, Jerusalém é a terceira cidade em termos de importância para os muçulmanos, pois segunda a tradição foi dali que Maomé subiu aos céus para receber a iluminação de Alá.

Os regulamentos do Islã, conhecidos como “Sharia”, abrangem deveres religiosos essenciais conhecidos como os “Cinco Pilares”, destinados a desenvolver o espírito de submissão a Deus. São eles:

  • Profissão de Fé: “Só há um Deus e Maomé é seu profeta” é o credo fundamental do Islamismo.
  • Preces Rituais: Os muçulmanos oram cinco vezes por dia, sempre voltados em direção a Meca: ao amanhecer, ao meio dia, à tarde, ao pôr do sol e ao se deitar, .
  • Doações: Uma contribuição anual chamada “zakat” é oferecida pelos muçulmanos com posses aos necessitados.
  • Jejum: Durante o mês islâmico de Ramadã, os muçulmanos jejuam diariamente entre antes do nascer do sol até o anoitecer. Durante o jejum é proibido o consumo de alimentos, bebidas e cigarro. Crianças, doentes e idosos são liberados do jejum de Ramadã.
  • Peregrinação: A peregrinação à Meca (Hadj) deve ser realizada pelo menos uma vez durante a vida de todo muçulmano. Em Meca, os peregrinos circundam sete vezes um santuário sagrado (a Pedra Negra, conhecida como Caaba).

 

Outras religiões

Além dessas três religiões clássicas, é claro que, como em todo mundo, também aqui existem adeptos de outras religiões, mas são pouco representados.

Uma dessas religiões é muito expressiva em Israel, pois ali se encontra o seu centro mundial, em Haifa. Trata-se da fé Bahai. É uma religião monoteísta que enfatiza a união espiritual de toda a humanidade.[1] Três princípios básicos estabelecem a base para os ensinamentos e a doutrina bahá'i: a unidade de Deus, que há apenas um Deus que é a fonte de toda a criação; a unidade da religião, que todas as maiores religiões têm a mesma fonte espiritual e partem do mesmo Deus; e a unidade da humanidade, que todos os seres humanos foram criados igualmente e que a diversidade racial e cultural deve ser apreciada e aceita. Segundo os ensinamentos da fé Bahai, o propósito humano é aprender a conhecer e a amar a Deus através de métodos como orações, reflexões e ajuda aos outros.